De volta à casa na Team Nogueira, Pezão confia no jiu-jítsu

De volta à casa na Team Nogueira, Pezão confia no jiu-jítsu

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:28

O paraibano Antônio "Pezão" Silva será um dos destaques das semifinais do Grand Prix dos pesos pesados do Strikeforce, neste sábado, em Cincinnati, EUA. Pezão vai enfrentar o wrestler Daniel Cormier, invicto em oito lutas de MMA na carreira, que substituiu Alistair Overeem, atual campeão da organização, recentemente contratado pelo UFC. O adversário não é a única novidade da luta: o brasileiro chega à jaula neste fim de semana após um período de treinamento com sua nova equipe, a Team Nogueira, junto a nomes como Rodrigo Minotauro, Júnior Cigano e Anderson Silva.

Morando nos EUA, na Flórida, desde 2006, Pezão estava sem equipe há dois anos e vinha treinando como "freelancer" na academia Imperial Athletics, onde treinam, entre outros, os brasileiros Gesias Cavalcante e Jorge Santiago e o americano Rashad Evans, atual desafiante nº 1 dos meio-pesados no UFC. No final de junho, todavia, o lutador decidiu voltar ao Rio de Janeiro, após receber convite para ajudar Minotauro na preparação para o UFC Rio, e passou a integrar oficialmente o elenco da Team Nogueira em agosto. A amizade com o ex-campeão mundial dos pesos pesados, porém, é antiga, e o próprio Pezão já queria ser parte da equipe há anos.

- Entre 2005 e 2006, eu estava aqui no Rio, treinando com o Minotauro na X-Gym. Na época, perguntei se ele faria o time dele, mas ele não estava muito interessado. Meu manager, Alex Davis, arrumou de eu ir para a American Top Team e eu abracei. Minha esposa e filha gostaram muito da Flórida, mas desde 2009 eu estava sem time. Agora, retornei para onde nem devia ter saído - afirmou Pezão em entrevista concedida durante o período de treinos na academia dos irmãos Nogueira, na Zona Oeste do Rio.

Na nova equipe, Pezão teve a oportunidade de treinar com Josh Janousek, wrestler americano, para enfrentar Cormier, ex-campeão pan-americano de luta livre que competiu nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Apesar disso, o brasileiro admitiu que não treinou tanto o wrestling e focou mais no jiu-jítsu, já que estava convidado para competir no prestigioso Abu Dhabi Combat Club, competição de luta agarrada que acontece em setembro.

- Em dois meses, nunca vou chegar ao nível de um lutador olímpico. Estou dando enfoque no jogo em pé e no jiu-jítsu. Se ele tentar me jogar para baixo, vou raspar e pegá-lo numa finalização - explicou o lutador, que acredita que o adversário pode adotar uma tática diferente e não usar tanto suas habilidades no wrestling - Tive a oportunidade de assistir a uma luta dele contra o Jeff Monson e ele não levou pro chão.   Cormier entrou no caminho de Pezão após Overeem ser cortado pelo Strikeforce . Atual campeão da divisão dos pesados da organização, o holandês disse não ter condições de participar da semifinal do Grand Prix por conta de lesão na costela, mas foi divulgado entre os participantes de um evento na Rússia em outubro. Eventualmente, Overeem acabou assinando com o UFC , mas sua demissão no auge da carreira e às vésperas do combate entre os dois decepcionou Pezão.

- Hoje, todos os atletas da Zuffa (grupo proprietário do UFC e do Strikeforce) estão sujeitos a isso, sejam campeões ou não. Se você disser alguma coisa, fizer alguma coisa na rua, corre risco de ser demitido. A gente sempre quer enfrentar os melhores e o Overeem é Top 3 do mundo, a expectativa era boa. Infelizmente, teve essa confusão. Minha vida prossegue, mas com certeza fiquei frustrado, é um grande atleta - lamentou.

Apesar disso, o paraibano garante que tratou a preparação para o combate com o mesmo empenho e foco que tratou a luta contra a lenda russa Fedor Emelianenko, que derrotou nas quartas de final do GP, em 12 de fevereiro deste ano - sua 14ª vitória em 16 lutas na carreira.

- Todo atleta merece respeito. O nível das academias hoje é muito alto. Tem pessoas novas treinando muito para serem reconhecidas no mundo do MMA.

Falando em nível de academia, a dos irmãos Nogueira é um dos mais altos do mundo, com uma coleção de campeões mundiais e desafiantes aos cinturões dos principais eventos internacionais. Pezão está plenamente adaptado à "nova casa", mas não vai voltar a morar no Brasil, apenas vindo ao Rio cerca de dois meses antes de seus combates.

- Minha base continua na Flórida. Uma das minhas meninas nasceu lá, tem dois anos, e a outra tem 12, a família já está adaptada lá. Eu amo o Brasil, minha família ainda mora na Paraíba, mas para as crianças, a qualidade de vida e a segurança nos EUA ainda é bem melhor - contou.    

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