Determinada, Damíris supera passado difícil e vira principal aposta do Brasil

Determinada, Damíris supera passado difícil e vira principal aposta do Brasil

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:04

As quatro horas de trem diárias e as dificuldades financeiras para comprar sequer um par de tênis nunca desanimaram a pivô Damíris Amaral. Mas não demorou muito para a talentosa jogadora de 1,90m ver o seu esforço ser recompensado. Considerada um dos destaques da seleção brasileira no Mundial da República Tcheca, em setembro, a menina de apenas 17 anos já comemora as mudanças que o basquete trouxe para sua vida e da sua família.

A única certeza de que Damíris tinha desde criança é que seria uma atleta. Restava saber apenas qual esporte seguir. Passou pelo vôlei, futebol, dança e até xadrez. A altura, porém, acabou levando a menina ao basquete. Aos 13 anos, em 2005, passou no teste para fazer parte da escolinha da campeã mundial Janeth Arcain. Junto com a felicidade de fazer parte da equipe, no entanto, vieram as dificuldades.

- Eu comecei no projeto da Janeth, que é em Santo André, e eu moro na Zona Leste de São Paulo. Então, são mais ou menos duas horas de trem. Eu fazia quatro horas de viagem todos os dias. E o clube também não tinha muita estrutura ainda, estava começando. Era difícil para comprar tênis, para pagar as conduções. Então, as dificuldades eram grandes, e a minha família não tinha muitas condições – contou.

Determinada, Damíris não desistiu. E o resultado da insistência veio logo. Tornou-se campeã sul-americana sul-17 e, em 2008, passou uma temporada no Clube Maristas, de La Coruña, na Espanha.

- Comecei a ajudar meus tios, as minhas irmãs e a mim mesma. Como a minha irmã é especial, ela não anda, eu ajudo a comprar tala, cadeira de rodas... – disse.

As atuações sempre de destaque nas competições pelas seleções de base acabaram levando a simpática jogadora precocemente para a equipe adulta. Pega de surpresa, ela foi convocada para disputar o Mundial da República Tcheca, em setembro.

- Eu não esperava. Estava em treinamento para a Copa América Sub-18. No meio do treino, o técnico falou que tinha uma novidade. Quando cheguei no hotel, liguei para a minha tia e comecei a chorar. É um reconhecimento de tanto esforço, de tanta dedicação. Mas, enquanto não cheguei lá, não acreditei.

Mesmo aos 17 anos, Damíris não foi mera coadjuvante na competição. Com ótimas atuações, passou de reserva para titular e foi bastante elogiada. Hoje, já é considerada por muitos nomes do esporte, como Hortência, a principal promessa do basquete brasileiro para 2012 e 2016.

- Foi incrível. Nos dois primeiros jogos que fiquei sem jogar, ficava imaginando que só tinha ido para esquentar o banco. Mas não. O técnico confiou bastante, me colocou no terceiro jogo, e eu entrei bem determinada, focada. E acabei terminando a competição como titular – lembrou Damíris.

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