A Argentina volta a ser palco de uma Copa América após 24 anos. Algumas seleções, como a brasileira, já treinam em território argentino, entretanto passam quase que despercebidas. Isso porque o principal assunto no futebol local é o drama histórico vivido pelo River Plate.
O tradicional clube de Buenos Aires corre sério risco de ser rebaixado para a segunda divisão pela primeira vez na sua história. Por isso, as atenções da imprensa esportiva e dos torcedores estão voltadas para o drama do River.
Na noite da última quarta-feira, enquanto o Santos fazia a festa no Pacaembu e conquistava o tri da Libertadores, o River foi a Córdoba e perdeu para o Belgrano por 2 a 0, no primeiro duelo mata-mata pela respecagem e para definir quem disputará a primeira divisão na próxima temporada. No domingo, acontece o jogo de volta, e a equipe da capital precisa de um triunfo em casa por dois gols de diferença para não cair.
Enquanto isso, o Brasil treina sem badalação em um luxuoso resort em Los Cardales, cidade que fica a aproximadamente 60 km de Buenos Aires.
Na última quarta, primeiro dia de trabalho dos astros tupiniquins no país vizinho, a presença de jornalistas argentinos foi pequena, rotina pouco comum para a seleção pentacampeã mundial, que sempre atrai a imprensa quando viaja ao exterior.
Para nós, o mais importante agora é o que está acontecendo com o River Plate. Copa América só a partir da próxima semana. O River domina todas as capas dos jornais, os programas de televisão e rádio, observou Esteban Eduli, repórter da TYC Sports.
Em 110 anos de história, o River nunca desceu para a segunda divisão, assim como o Boca e o Independiente, as três equipes que nunca caíram. Por isso, não há interesse dos torcedores pela Copa América e nem pela final da Libertadores, endossou Juan Manuel Fernandes, da Fox Sports, emissora que transmitiu ao vivo a festa santista direto da capital paulista.
Na edição desta quinta, o jornal "Olé" utilizou nove páginas para tratar do fiasco do River em Córdoba, com a revolta de torcedores e o clima tenso para domingo. Já o título do Santos ficou com meia página.
O goleiro Júlio César disse que é natural a falta de assédio dos torcedores hermanos ao elenco brasileiro. Não sei há quanto tempo existe essa rivalidade entre brasileiros e argentinos, começa quando eles comparam o Maradona ao Pelé. Há esse desprezo, de a nossa seleção não ser ovacionada no país deles, mas nem ligamos para isso. É gostoso chegar a outro país e ver a torcida esperando, mas aqui na Argentina a gente não poderia esperar algo parecido.
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