Dunga na coletiva antes do jogo contra Portugal
(Foto: Leandro Canônico / Globoesporte.com)
Nesta quinta-feira, Dunga falou pela primeira vez depois de ter xingado um jornalista durante a coletiva de imprensa pós-jogo com a Costa do Marfim - itória por 3 a 1. O comandante da seleção brasileira, porém, pediu desculpas somente ao torcedor brasileiro pelos palavrões e solicitou mais tranquilidade para exercer o seu trabalho. - Quero pedir desculpas ao torcedor brasileiro, porque ele tem sempre nos apoiado e não tem nada a ver com os meus problemas pessoais ou alguma outra situação. Como brasileiro e como todo torcedor, só quero que me deixem trabalhar. O torcedor tem de estar feliz com a seleção - eclarou o técnico verde e amarelo.
No último domingo, o problema de Dunga foi com Alex Escobar, apresentador e comentarista da TV Globo. Enquanto respondia a uma pergunta sobre Luis Fabiano, o técnico viu o jornalista balançar a cabeça. Ele parou de responder, perguntou a Escobar o que estava acontecendo e depois começou a sussurrar palavrões, captados pelos microfones e transmitidos ao vivo para todo o mundo.
Emoção ao falar de pai e mãe: ' O que fizeram com filho dela não se faz com ser humano'
Nesta quinta-feira, na coletiva oficial da Fifa, o treinador eem nenhum momento se indispôs com os jornalistas e ainda se emocionou ao falar sobre o seu pai, Edelceu Verri, que está internado em um hospital de Ijuí, no Rio Grande do Sul. Ele sofre de Alzheimer há oito anos e seu estado teria se agravado nos últimos meses.
Mais do que sofrer ao lado do meu pai, a minha mãe me deu o maior exemplo: que o que estão fazendo com o filho dela não é para fazer com um ser humano" Dunga - Não é a primeira vez que meu pai está nessa situação. Para mim é mais uma oportunidade de eu mostrar a ele tudo o que me ensinou. Que para ser homem é preciso ter posição, dignidade, transparência e saber pedir desculpas disse.
Na mesma resposta, Dunga lembrou de sua mãe, Dona Maria. É ela quem acompanha de perto, todos os dias, o drama de Edelceu.
- Mais do que sofrer ao lado do meu pai, a minha mãe me deu o maior exemplo: que o que estão fazendo com o filho dela não é para fazer com um ser humano. Fizeram chacota comigo quando eu disse que ela era professora de história, mas nós temos mesmo de ser patriotas - finalizou o treinador.
A referência de Dunga ao fato de sua mãe ter sido professora de história foi porque, quando da convocação para a Copa do Mundo, ele disse na coletiva que não poderia falar se a ditadura ou a escravidão haviam sido coisas ruins porque não viveu a época.
- Quem esteve lá, quem sofreu, esse sim pode dar opinião. Eu não posso dizer se a ditadura era boa ou ruim, se eu quero que volte. Só quem viveu é que pode nos dar a resposta - disse então.
Por Daniel Lessa e Leandro Canônico Direto de Durban, África do Sul
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