Em jogo com arbitragem polêmica, Inter não suporta pressão do Banfield: 3 a 1

Em jogo com arbitragem polêmica, Inter não suporta pressão do Banfield: 3 a 1

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:25

Que acabe logo o mês de abril, porque o Inter não aguenta mais. Não bastasse o duro golpe sofrido com a derrota no Gre-Nal do último domingo, pelo Gauchão, o Colorado começou a disputa das oitavas de final da Libertadores da América com o pé esquerdo. Nesta quarta-feira, a equipe de Jorge Fossati foi superada pelo  Banfield, da Argentina, por 3 a 1, em Lomas de Zamora, cidade vizinha a Buenos Aires. Resultado duro, complicado de engolir e com uma arbitragem polêmica. Agora, será preciso mais do que superação. Na próxima quinta-feira, no jogo da volta, no Beira-Rio, terá de se agigantar e vencer por 2 a 0 para avançar. Se os brasileiros repetirem o placar, a decisão será nos pênaltis. A partir do 4 a 2, os argentinos passam.

Diante do resultado ruim fora de casa, é muito provável que o Inter jogue a segunda partida da final do Estadual com uma equipe mista ou até reserva. A situação também não é nada boa. É preciso derrotar o Grêmio por 2 a 0, no Olímpico, para levar aos pênaltis. Caso contrário, o título ficará com o rival. O duelo será neste domingo, às 16h (de Brasília).

Pato dá susto, mas também se garante

Jogos contra times argentinos são sempre de dar nos nervos. Eles fingem que não querem nada, correm como se tivessem o dobro de jogadores em campo e têm uma paciência irritante para tocar a bola. Mas não há remédio. É Libertadores da América. O Inter foi à cidade de Lomas de Zamora, vizinha a Buenos Aires, à espera de muita pressão por parte da torcida do Banfield. No acanhado estádio Florencio Sola, as arquibancadas são coladas ao campo. Tem gente quase fungando no pescoço. Mas o tal clima de caldeirão ficou na promessa, e o local não lotou.

A equipe colorada foi a campo mais retraída. Jorge Fossati optou por retomar o sistema de três zagueiros. Sacou um homem de frente. Tudo levava a crer que seria Alecsandro, mal no Gre-Nal, mas o escolhido foi Walter. Com Andrezinho e D’Alessandro na criação, mais os alas Nei e Kleber liberados para atacar, o Inter começou bem, especialmente nos avanços pela esquerda. Num deles, a bola chegou para Alecsandro na entrada da área, e o atacante disparou de pé direto, bem perto do gol de Lucchetti. 

A pressão foi curta. Os brasileiros respeitaram demais o Banfield. Deram campo ao adversário. O meia Rodríguez, canhoto habilidoso, foi bem marcado e pouco apareceu. Coube ao meia Erviti tentar organizar o time. Tudo passava por ele. Os argentinos cresceram a partir dos 15 minutos. Muito por conta de uma falha de Pato Abbondanzieri. Aos 19, ele tentou driblar o atacante adversário e se enrolou todo. Fernández rolou para Ramírez dentro da área que, em condição legal, só empurrou para o gol. A arbitragem, no entanto, marcou impedimento. Dois minutos depois, Alecsandro apareceu pela segunda vez. Aos 21, aproveitou uma sobra de bola na pequena área, tentou três vezes até conseguir vencer o goleiro, mas o impedimento foi bem marcado. O atacante estava adiantado.

Pato Abbondanzieri se redimiu. Sob as traves, realmente é um goleiro experiente e que faz a diferença. Defendeu uma cabeçada perigosíssima, aos 24. Após cobrança de falta para a área, Victor Lopez subiu livre. No susto, o argentino mandou pela linha de fundo. Em novo teste, Ramírez, jogador mais insistente do que talentoso, bateu rasteiro, aos 34, e Pato caiu bem para espalmar.

O Inter conseguiu se estabilizar e voltou a ser ofensivo. Em uma das investidas, polêmica. Andrezinho cruzou da esquerda, e Nei apareceu na ponta direita para receber na área. Quando entrou nela, foi derrubado por um defensor do Banfield e pediu pênalti. O árbitro mandou o jogo seguir. Os dois olhavam para o alto no momento do choque, mas o lateral-direito foi impedido de avançar.

Arbitragem atrapalha, e Inter se complica

Respire fundo. O segundo tempo foi de deixar qualquer um ofegante. O relógio nem marcava dois minutos quando o Banfield saiu na frente. Kleber vacilou na marcação pela esquerda e permitiu um cruzamento rasteiro. A bola passou por toda a área até encontrar Rodríguez na segunda trave. O meia, que é chamado de Cristiano Ronaldo por lá, bateu cruzado para vencer Abbondanzieri. A virtude colorada foi não se abater. Três minutos depois, Nei buscou Alecsandro na área. O cruzamento foi afastado pela zaga adversária, e Kleber pegou o rebote de primeira. Um gol espetacular. A bomba de esquerda foi parar no ângulo: 1 a 1.

O Colorado sentia falta de D’Alessandro e Andrezinho, ambos muito discretos, pouco criativos. Num erro de posicionamento da zaga, Erviti ficou com todo o espaço do mundo na frente da área e disparou. Pato defendeu, aos sete. Era um sinal ruim. Pouco depois, aos 13, um exagero da arbitragem. Numa dividida com Erviti quase no meio-campo, Kleber chegou primeiro e deu um bico na bola. Ao tentar apoiar o pé esquerdo no chão, pisou na barriga do adversário. Recebeu cartão vermelho direto. Trinta segundos depois, na cobrança da falta para a área, o Banfield fez o segundo gol. Ramírez recebeu depois de um desvio na zaga, bateu, e Pato pegou. No rebote, o atacante teve nova oportunidade, mas preferiu passar para Battión, em posição duvidosa. Com o gol aberto, ficou fácil: 2 a 1.

Depois do lance do gol, o jogo parou por quase cinco minutos. Jorge Fossati colocou a mão na cabeça e disse que foi atingido por um objeto. O técnico recebeu atendimento médico, e a partida seguiu.

A pausa ajudou o Inter a tentar se estabilizar, meio aos trancos e barrancos, é verdade. Aos 32, uma grande chance. Andrezinho sofreu falta na entrada da área, e D’Alessandro cobrou. O argentino tentou o ângulo, mas Lucchetti foi buscar. Três minutos depois, após cobrança de escanteio, a zaga vermelha (vestida de branco) tentou afastar, e Fernandéz aproveitou para fazer o terceiro. Gol que transforma a classificação do Inter numa missão difícil.

Fossati ainda tentou fazer alguma coisa com Walter no lugar de Alecsandro. Everton e Taison também entraram, saíram D'Ale e Andrezinho, mas havia pouco tempo e quase nenhuma força. A vaga ainda é possível, mas o Gigante vai ter de explodir para ajudar neste tremendo desafio.

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