Guga no topo: dor, derrota, e quase abandono logo depois da estreia

Guga no topo: dor, derrota, e quase abandono logo depois da estreia

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Terça-feira, 28 de novembro de 2000. Gustavo Kuerten chegou à Masters Cup de Lisboa em segundo lugar na Corrida dos Campeões, atrás de Marat Safin, e os resultados iniciais não foram nada animadores para o brasileiro. Logo no primeiro jogo do dia, o russo derrotou o espanhol Alex Corretja. Guga, que fez a última partida, vencia Andre Agassi, mas sentiu dores na coxa e nas costas e acabou derrotado.

A partir dali, o então bicampeão de Roland Garros (o tri viria no ano seguinte) precisava vencer o torneio e torcer para que Safin não alcançasse a final - combinação improvável, dados o estado físico do brasileiro, o nível dos adversários e o histórico ruim de Guga em quadras duras cobertas.

A maior dificuldade, entretanto, era o estado mental do tenista catarinense.

- Eu saí da quadra completamente quebrado, transtornado, sem qualquer expectativa para o campeonato. Nem sabia se eu ia voltar a jogar, na real. Deu uma sensação repulsiva, de "Pra quê foi acontecer isso nesse exato momento?". Então, a meia hora seguinte ao jogo foi de tentar compreender. Por que isso, de alguma forma, tinha que acontecer - lembrou Guga, que conversou com o GLOBOESPORTE.COM na sede de sua empresa, em Florianópolis.

Diante da possibilidade de não voltar a jogar e ceder seu lugar no torneio para o sueco Thomas Enqvist, Guga pediu à direção do torneio o máximo de tempo possível para descansar. A organização colaborou: o brasileiro ganhou folga na quarta-feira e só voltaria a atuar no último jogo de quinta contra Magnus Norman.

- Lembro que aquele dia eu fiquei umas duas horas no fisioterapeuta, e depois fiz todos tipos de tratamento possível, desde massagem até medicação, antiinflamatório, banheira, gelo, calor, tudo até umas 3h, 4h da manhã - conta Guga.

Na quarta-feira, o tenista continuou o tratamento. A única pausa foi para dar autógrafos no estande de um de seus patrocinadores. A aparição em público causou um alvoroço, e Guga evitava os jornalistas. "Ele não queria falar com a imprensa porque não sabia o que ia acontecer", lembra Diana Gabanyi, sua assessora na época.   A certeza sobre a continuidade na Masters Cup só veio após um leve e estranho bate bola.

- Bati uma meia hora e foi estranho. Tudo que eu estava fazendo ali estava dando certo. Batia uma bola de direita, acertava.

"Vamo de esquerda, aqui tá bom. Aqui tá bom, aqui tá bom...". Tudo que eu fazia, eu consegui fazer no mínimo de tempo possível e numa forma muito boa. Fui dormir com bastante certeza que eu poderia jogar. Eu não tinha nenhuma convicção de que poderia ter uma boa performance, mas deu para sentir que eu ia poder estar dentro da quadra pelo menos.

No dia seguinte, Norman descobria o quão boa seria a performance de Guga...    

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