Guga no topo: 'marreta' derrota o rival Kafelnikov e traz de volta a confiança

Guga no topo: 'marreta' derrota o rival Kafelnikov e traz de volta a confiança

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Quinta-feira, 30 de novembro de 2000. Gustavo Kuerten entra em quadra para enfrentar o rival Yevgeny Kafelnikov - o mesmo que o eliminou das Olimpíadas de Sydney poucos meses antes. O russo tinha histórico melhor que o do brasileiro em quadras duras, e a partida valia vaga nas semifinais da Masters Cup, em Lisboa. Mais do que isso. Estava em jogo a chance de Guga alcançar o topo do ranking. Uma derrota ali significaria que outro russo, Marat Safin, terminaria a temporada como número 1 do mundo..

Consciente também do estado físico do brasileiro, ainda não recuperado totalmente de dores na coxa direita e nas costas, o técnico Larri Passos pediu uma atitude um pouco diferente ao pupilo:

- Com o Kafelnikov tinha que ser marreta mesmo. Eu dizia: "Guga, não adianta você meter o primeiro saque, você tem que ir para winner. Eu sou o culpado se tu perder". Essa lesão fez com que a gente buscasse uma solução, que era ser mais agressivo o tempo inteiro, encurtar os pontos, ir para mais paralelas, principalmente de esquerda - explicou o treinador, em conversa com o GLOBOESPORTE.COM em sua academia, em Camboriú (SC).

Executada à perfeição, a tática deu certo. Em apenas 1h09m minutos, Guga fez 6/3 e 6/4 e se classificou para as semifinais e readquiriu a confiança que sempre mostrou quando conquistou os dois títulos em Roland Garros (o terceiro só viria no ano seguinte, em 2001). Mal acabava o jogo e Pete Sampras já entrava na mira do brasileiro.

- Ali, primeiro, eu ganhei ainda mais aquela sensação de "estou vivo no torneio, vou para uma semifinal", coisa inédita para a minha carreira até então. Segundo, enfrentar o Sampras. Não só isso. Ter o Sampras e o Agassi vivos num torneio de tal importância - lembrou Guga, em entrevista concedida em Florianópolis na sede da empresa que leva o seu nome.

A outra semifinal também já estava definida. Andre Agassi, então invicto em Lisboa, enfrentaria Marat Safin. Caso vencesse, o russo garantiria o número 1 do mundo até o fim da temporada.

- Se o Safin tivesse um deslize, e o Agassi vinha jogando bem, eu, de alguma forma, ainda teria a possibilidade de me tornar número 1. Aquilo surgiu do nada para mim. Naqueles dois dias (vitórias sobre Norman e Kafelnikov), as coisas formaram uma paisagem. Não era mais só na fantasia.

Por: Alexandre Cossenza

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