Inter bate São Paulo e sai em vantagem na semi da Libertadores

Inter bate São Paulo e sai em vantagem na semi da Libertadores

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

  Retranca custa caro. Paga-se com gol, com derrota, com o distanciamento de uma vaga em final de Libertadores da América. Vontade de vencer traz o efeito contrário: dá recompensa, oferece vitória, brinda com a esperança de novo título continental. No duelo entre Internacional e São Paulo, venceu quem quis vencer. Giuliano, aos 23 minutos do segundo tempo, furou o bloqueio tricolor e deu ao Colorado uma vitória que não poderia ser mais justa.

Só o Inter, até a bola entrar na rede de Rogério Ceni, buscou o gol no Beira-Rio. O São Paulo não teve receio de se esconder na defesa, valorizando um eventual 0 a 0. Em todo o primeiro tempo, não teve uma chance sequer para marcar. Foi punido com o gol de um jogador iluminado, que já marcou quatro vezes na Libertadores, mesmo sem ser titular. Giuliano, depois de fazer o gol da classificação às semifinais, contra o Estudiantes, deixou o Inter mais perto da decisão.

O duelo da volta é na semana que vem, na quinta-feira, no Morumbi. Os gaúchos jogam pelo empate e até por derrota de um gol, a partir do 2 a 1. Ao São Paulo, resta vencer por, pelo menos, dois gols de vantagem ou devolver o placar do Beira-Rio e tentar a sorte nos pênaltis.

Retranca são-paulina amarra o Inter

A torcida do Inter vestiu o pé-frio Mick Jagger

com a camisa do São Paulo (Foto: AFP)   Foi só aos 18 minutos, em cobrança de falta de D’Alessandro, que as torcidas de Inter e São Paulo ganharam um motivo para exclamar algum sentimento, seja de alívio ou frustração. O chute para fora do argentino foi a primeira chance de gol em um primeiro tempo desenhado muito mais com traços de marcação do que de criação. O Tricolor não fez qualquer questão de esconder suas propostas prioritárias: marcar, defender, anular o adversário.

E conseguiu. O Inter teve o controle do primeiro tempo, buscou o gol, avançou mais. Na prática, só os gaúchos atacaram. Em todo o período, o São Paulo não soube criar chances. Foi uma fortaleza na defesa e morreu de fome no ataque. Ricardo Gomes armou um time para o qual o 0 a 0 valia ouro.

O Inter, amarrado pela marcação adversária, jamais conseguiu estabelecer uma pressão forte o bastante para nocautear o oponente. D’Alessandro correu muito, Taison também, Kleber apareceu bem na esquerda, Nei pintou como boa alternativa na direita. Mas foi pouco. A tática defensiva do São Paulo venceu a caça colorada pelo gol.

Alecsandro luta contra Rodrigo Souto (16) e Alex Silva

no 1ª tempo (Foto: Jefferson Bernardes / VIPCOMM)   D’Alessandro, aos 25 minutos, originou boa chance ao Colorado. O veneno que ele colocou em cobrança de escanteio fez a bola cruzar a área, passar pela zaga e cair nos pés de Alecsandro. O centroavante logo emendou a gol. Rogério Ceni defendeu.

De Guiñazu para Taison, de Taison para Kleber, de Kleber para Taison. A jogada mais bonita do primeiro tempo nasceu aos 28 minutos. Coube ao atacante, de cabeça, concluí-la. Ceni voou com plasticidade, fez a ponte e encaixou a bola.

D’Alessandro, aos 41 minutos, tentou um último chute, de longe, para fora. E ficou nisso. Sem qualquer vergonha de defender, o São Paulo cumpriu seu objetivo no primeiro tempo.

Giuliano, sempre Giuliano: Inter vence

Bem marcado, Dagoberto pouco produziu para

o São Paulo no Beira-Rio (Foto: EFE)   O Inter voltou mais elétrico no segundo tempo, disposto a aplicar correria para cima do adversário, a martelá-lo até derrubar sua muralha defensiva. Com um minuto, Andrezinho já ameaçou Ceni com um chute forte, no canto esquerdo. O goleiro caiu bem e conseguiu espalmar. As tentativas vermelhas seguiram com Kleber, que recebeu de Taison dentro da área, frente a frente com o camisa 1 adversário, mas levou a pior.

Aos poucos, o São Paulo conseguiu amortecer o ânimo do rival. E até arriscou a gol. Dagoberto aproveitou falha de Nei e mandou uma pancada. A bola passou perto do gol de Renan, que quase morria de tédio naquele momento, com a bola sempre longe dele.

Dizem que Celso Roth não tem estrela. Diziam. Chegou um momento em que o treinador colorado resolveu mexer no time. Lembrou de Giuliano. Aos 22 minutos, Alecsandro tentou entrar com a bola, que sobrou para o meia. O chute foi no canto de um Rogério Ceni imóvel. Gol do Inter, gol de Giuliano, gol sem preço para os gaúchos!

Giuliano entrou no segundo tempo e, mais uma vez, decidiu para o Internacional (Foto: EFE)   Saiu o primeiro, e poderiam ter pintado outros. Kleber teve chance, Taison também, Alecsandro idem. O São Paulo se safou. Ricardo Gomes, antes satisfeito, se viu obrigado a mexer. Colocou Cleber Santana, Ricardo Oliveira, Fernandinho. Até passou a atacar. Mas em vão.

O Inter ainda teve Rafael Sobis, campeão da Libertadores de 2006, herói da vitória de 2 a 1 justamente sobre o São Paulo, no Morumbi. Ele não teve tempo de fazer grande coisa. Nem precisou. Giuliano, iluminado, já tinha feito, já tinha mostrado ao adversário que retranca tem um preço caro a ser pago.     Por Alexandre Alliatti, Carolina Elustondo, Leandro Canônico e Marcelo Prado Porto Alegre

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