Judô chega "blindado" contra tentações olímpicas
Edinanci Silva usa da experiência de quatro Olimpíadas nas conversas com os mais novos
A estrela Yelena Isinbayeva mora ao lado, assim como outras grandes estrelas do esporte mundial. No refeitório, delícias calóricas para todos os gostos. Tudo é superlativo na Vila Olímpica. Proporcional à concentração dos judocas brasileiros, que chegaram nesta terça-feira, dia 5 de agosto, a Pequim. A modalidade estréia no sábado, dia 09, com os ligeiros Sarah Menezes (-48kg) e Denílson Lourenço (-60kg).
"Sou frio, não vejo nada, não me deslumbro. Meu negócio é chegar, pesar e lutar", ensina Denílson Lourenço, 31 anos e duas participações olímpicas (Sydney 2000).
São experiências como as de Denílson e Edinanci Silva, 31 anos e veterana em sua quarta Olimpíada (Atlanta 96, Sdyney 2000 e Atenas 2004), que contagiam o ambiente do jovem grupo do judô brasileiro, com média de idade de 24 anos (22 no feminino e 26 no masculino).
"Fizemos uma reunião durante a aclimatação no Japão. Primeiro falou o Ney (coordenador técnico, também com quatro participações em Jogos Olímpicos). Depois ele pediu que passasse um pouco da minha vivência. Falei da importância de não se iludir com as Olimpíadas e se concentrar para lutar. Agora é esse frenezi todo da imprensa, dos amigos, da família, da torcida. Mas se deixarmos nossa chance de um bom resultado passar, tudo acaba. Para continuar com esse clima é preciso vencer", diz Edinanci, que em Pequim será a judoca com maior número de participações em Jogos (Aurélio Miguel, Henrique Guimarães, Walter Carmona e Luiz Onmura têm três). Ela foi sétima colocada nos três Jogos que disputou.
A beleza da Vila e a grandiosidade dos Jogos, naturalmente, encheram os olhos de todos. Mas com moderação.
"Não é uma vila, é uma cidade", espanta-se a leve Ketleyn Quadros, tão concentrada quanto suas companheiras de equipe.
"Procurei não olhar para os lados para não me impressionar. Deixa isso e o sanduíche do Mac Donald´s para depois do dia 12", diz, com bom humor, a meio-médio Danielli Yuri.
"Sem dúvida isso aqui é diferente de tudo o que já vivi até hoje. É um cuidado muito grande com os atletas. Nem deixar eu carregar a minha mala eles deixaram", comenta Eduardo Santos, do peso médio. "Mas estou super tranqüilo quanto a tudo que nos cerca", garante.
Bronze no Mundial 2007, o pesado João Gabriel Schlittler também tem em Pequim sua primeira Olimpíada. Mas fala como veterano. "Não quero saber de mais nada, nem de desfilar na abertura", avisa João, que compete no último dia do judô (15 de agosto).
Assim como Leandro Guilheiro, bronze em Atenas 2004 e único remanescente da equipe masculina que esteve na Grécia há quatro anos. "Se tiver duas palavras para me definir hoje elas são foco e serenidade", diz Guilheiro, resumindo o espírito, talvez, dos 13 judocas que representarão o Brasil em Pequim.
A Confederação Brasileira de Judô estipulou o valor de R$ 50 mil para a medalha de ouro, R$ 30 mil para a prata e R$ 20 mil para o bronze em Pequim. Desde 2005 a CBJ vem premiando os resultados dos atletas em competições como Mundial e Jogos Pan-Americanos. A CBJ conta com patrocínio da Infraero, Scania e Mizuno.
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