Longe de bebidas e da badalação do Rio, FH curte volta por cima

Longe de bebidas e da badalação do Rio, FH curte volta por cima

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

Revelado nas categorias de base do Fluminense, Fernando Henrique despontou como um goleiro promissor. Se profissionalizou e por 264 jogos vestiu a camisa 1 tricolor. Durante os dez anos em que ficou nas Laranjeiras, FH conquistou títulos importantes, e, com a mesma facilidade que cultivou admiradores, viu crescer o número de críticas e polêmicas. A postura por muitas vezes foi questionada e classificada como não-compatível com a responsabilidade de seu posto.

A trajetória no Flu acabou no início de 2011, quando aceitou o desafio de defender o Ceará, clube de um centro não tão desenvolvido como o Rio de Janeiro. Talvez nem o próprio jogador esperasse que a aposta tivesse sido tão bem sucedida e em tão pouco tempo. Com boas atuações e defesas salvadoras, ele se tornou ídolo e eleito melhor da sua posição no Campeonato Cearense, vencido pelo Vovô com sobras.

Fernando Henrique se tornou rapidamente ídolo da torcida do Ceará (Foto: Fred Huber/Globoesporte.com)    

Aos 27 anos, Fernando Henrique disse que sente mais maduro após a saída do Rio. Ele garante que está longe das bebidas e da badalação noturna, o que, segundo o goleiro, é decisivo para ele se dedicar apenas em sua profissão.

- Eu amadureci muito. Meu pensamento é apenas treinar e me dedicar ao futebol. Sempre que me dediquei, fui bem. Foi assim em 2007, 2008... quando estava no Fluminense. Depois, quebrei o dedo e isto me complicou um pouco. Meu pensamento agora é só jogar, não tem mais aquela saidinha de fim de semana. Claro que eu tenho uma vida, mas parei de beber. Graças a Deus. Isto me motiva mais.

Apesar de ter vivido bons momentos no Fluminense, como na Libertadores de 2008, FH acredita que agora vive a melhor fase de sua carreira. Ele afirmou que, ao contrário da época que estava no Rio, está preparado para não se iludir com os elogios.

- Acho que estou bem melhor agora, na melhor fase da minha carreira. Estou mais experiente e tranquilo. Em 2008, na Libertadores, atravessei uma boa fase mas depois dei uma empolgada. Agora tenho os pés no chão. Nos últimos quatro meses, estou em uma sequência muito boa. O Campeonato Cearense não é muito divulgado nos outros lugares, mas fui muito bem na competição.

Fernando Henrique foi eleito o melhor goleiro do Campeonato Cearense (Foto: Ag. Estado)

  Confira a entrevista completa com o camisa 1:

GLOBOESPORTE.COM : Quando você saiu do Fluminense e acertou com o Ceará podia imaginar que ia se adaptar tão bem e ter sucesso tão rápido?

FERNANDO HENRIQUE: Acredito em duas coisas: em Deus e no trabalho. Sei do meu potencial e, me dedicando, sei que posso render muito. Apostei nisto. Aqui no Ceará, sabia que poderia jogar e mostrar o meu valor.

Como foi a sua adaptação fora do campo? Se mudou para Fortaleza sozinho?

Eu saí do Rio sozinho. Mas, antes mesmo de acertar com o Ceará, passei o Ano Novo em Fortaleza e conheci a Lizianne. Começamos a namorar. Ela me ajudou bastante. Muito do meu sucesso se deve a ajuda dela e de sua família.

Em algum momento teve algum temor de que estivesse fazendo uma opção errada ao decidir jogar no futebol cearense?

Eu nunca tinha saído do Rio para jogar em outro lugar. Fiquei um pouco de medo por isso, mas vim tentar a sorte. Fui muito bem recebido por todos, como o Geraldo, o Iarley e o Washington, que já era meu amigo antes.  

Você ajudou a colocar o time na semifinal da Copa do Brasil e, consequentemente, deu ao clube repercussão nacional. Como analisa este momento do Vovô?

Estamos colocando o Ceará no lugar que ele tem que ficar. Alguns clubes no Sul e no Sudeste não têm a estrutura e o elenco que nós temos. Vamos tentar jogar sempre bem, não só pela gente, mas para colocar o clube sempre em cima. A nossa diretoria é do bem. Nos prometem só o que podem dar. Eles têm palavra, e isto é ótimo. A preocupação dos jogadores é só com o trabalho de campo, isso é importantíssimo.

Continua a acompanhar o que acontece no Fluminense? Mantém contato com amigos nas Laranjeiras?

Ainda acompanho bastante as notícias. Mantenho contato com alguns jogadores, como Julio Cesar, e alguns funcionários, como o Manoel, da rouparia. Com o Sheik também, mas agora ele saiu. Quando deixei o Fluminense, foi de cabeça erguida. Todos sabem da minha capacidade lá. Torço pelo sucesso do clube.

A cobrança da torcida nos goleiros continua grande mesmo após a sua saída...

No Fluminense, a culpa cai muito em cima dos goleiros. Se a responsabilidade fosse dividida, não ficaria pesado para ninguém. Lá é complicado mesmo. Tem que ter personalidade. Eu, por mais que falem, fiz 264 jogos. Mostrei meu valor. Nos últimos títulos mais importante, eu estava presente.          

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