Os sete erros do Timão no Brasileiro

Os sete erros do Timão no Brasileiro

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Durante as 38 rodadas do Campeonato Brasileiro de 2010, o Corinthians jamais saiu do top 3. Oscilou sempre entre a liderança e a terceira colocação. Foi, sim, uma campanha mais regular que a do campeão Fluminense e do vice Cruzeiro. Mas o Timão cometeu alguns erros que foram fatais e impediram o pentacampeonato.

É claro que cariocas e mineiros também colecionaram erros. Assim como o Timão, as duas equipes também desperdiçaram chances de arrancar rumo ao título bem antes. Esse show de erros, aliás, permitiu que a decisão do título brasileiro de 2010 ficasse apenas para a última rodada, com os três tendo chances de levar o caneco.

O Fluminense, então, levou a melhor. Tropeçou menos na reta final e conquistou pela segunda vez o Brasileirão. O Cruzeiro, vice, ficou com uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores. E o Corinthians, em terceiro, terá de disputar uma etapa eliminatória contra um colombiano para ir adiante na competição sul-americana.

Algo que soa como castigo para um time que esteve tão perto do título e que ao mesmo tempo cometeu erros que impediram uma arrancada semelhante à do São Paulo nos anos de 2006 e 2007, quando a equipe do Morumbi foi campeã com rodadas de antecedência. Confira abaixo os principais problemas do Timão no ano.

Trabalho a quatro mãos

Começou com Mano Menezes, passou por Adilson Batista, teve um rápido comando de Fábio Carille e terminou sob a batuta de Tite. O Corinthians do Brasileirão de 2010 foi desenhado a oito mãos. Se a culpa pelo terceiro lugar foi dessas mudanças, não dá para saber. Mas é fato que o time mudou demais de padrão.

Com Mano, agora técnico da Seleção Brasileira, o Timão era seguro na defesa e tinha uma ótima saída de contra-ataque. Já com Adilson Batista, o ataque foi bastante positivo, mas a zaga ficou vulnerável. Algo que foi determinante para sua saída da equipe, depois de uma derrota em casa para o Atlético-GO.

Interinamente, então, assumiu Fábio Carille. O auxiliar técnico não teve tempo de dar sua cara ao time, que foi orientado pelos experientes William e Ronaldo. Chegou, então, Tite. O gaúcho arrumou a defesa, mas teve dificuldade em manter uma regularidade no ataque, agora uma de suas principais missões para 2011.

SOS Emergência

Outubro foi um mês para ser esquecido pelo Corinthians. Além de ter ficado sete jogos sem vitórias, com quatro derrotas e três empates, e ter perdido a liderança da competição, os principais jogadores estiveram mais no departamento médico do que no campo. A maioria por conta de problemas musculares.

Dos considerados titulares, o único que não teve problema nesse período foi o goleiro Julio Cesar. Alessandro, Chicão, William, Roberto Carlos, Ralf, Jucilei, Elias, Bruno César, Dentinho, Jorge Henrique, Ronaldo... Todos eles ficaram fora em algum momento importante da competição.

Esses seguidos problemas foram também determinantes na queda de Adilson Batista. Está certo que cometeu erros táticos também, mas não poder contar com muitos dos seus titulares impediu que ele reagisse dentro da competição. Tite, por exemplo, não passou por uma situação dessas nos oito jogos que comandou.

Fator Atlético-GO

Seis pontos perdidos. Esse foi o retrospecto do Corinthians diante do Atlético-GO, que durante todo o Brasileirão lutou para não cair, escapando apenas na última rodada. Certamente, essas duas derrotas são apontadas como as piores das oito que o Timão teve ao longo da competição. Até pela posição do Dragão.

No primeiro turno, por exemplo, ainda sob o comando de Mano Menezes, o Corinthians perdeu do Atlético-GO quando este ainda estava na lanterna. A derrota por 3 a 1 no Serra Dourada não tirou o Timão da liderança, mas o ônus desses pontos perdidos viria mais tarde, na época da segunda derrota.

Tropeço, aliás, que culminou na demissão do técnico Adilson Batista. Com uma atuação desastrosa da defesa, o Corinthians perdeu por 4 a 3 no estádio do Pacaembu. Após esse jogo, uma onda de protestos ocorreu. Principalmente depois que o Alvinegro perdeu do Vasco, quatro dias depois.

Em casa mando eu?

Como mandante neste Brasileirão, o Corinthians teve um aproveitamento de 82%, com 15 vitórias, dois empates e apenas duas derrotas. Embora o desempenho seja louvável, os quatros tropeços que teve no Pacaembu foram dolorosos: derrotas para Grêmio e Atlético-GO e empates com Botafogo e Ceará.

A derrota para os gaúchos, por exemplo, foi por 1 a 0, com um gol do ex-corintiano Douglas. Na ocasião, o resultado acabou com a invencibilidade do Timão em casa. Mais adiante, já naquela sequência de sete jogos sem vencer, os empates com Botafogo e Ceará começaram a mostrar um Timão desestabilizado.

Algo que ficou mais que comprovado na derrota para o Dragão. Ali, naquele momento, a diretoria percebeu que tinha de fazer uma mudança. Tardia, no caso.

Visitante cordial

Se como mandante o aproveitamento do Corinthians no Brasileiro foi considerado ótimo, como visitante a história é bem diferente. Conquistou apenas 36,8% dos pontos disputados. Rendimento pífio para uma equipe que pretende alcançar um título brasileiro. Essa fragilidade fora também é apontada como causa do fracasso.

Pensando nas últimas rodadas, foram seis pontos desperdiçados em jogos que o Timão era favorito. Foi assim no 1 a 1 com o Flamengo, no Rio de Janeiro, no 1 a 1 com o Vitória, no Barradão, e em outro 1 a 1 com o Goiás, no Serra Dourada. Ao todo, como visitante, foram quatro vitórias, nove empates e seis derrotas.

Mão boba

Por falar no jogo com o Vitória, no Barradão, um lance bobo pode ter selado lá em Salvador a sorte do Corinthians. Tivesse conquistado os três pontos naquela partida o Timão dependeria apenas das próprias forças para ser campeão brasileiro. Mas a "mão boba" de Ralf na área impediu a vitória dos alvinegros.

A equipe paulista vencia por 1 a 0, com gol de Danilo, quando o goleiro Viafara converteu o pênalti que originou o empate do Leão. A lamentação é maior ainda se o corintiano lembrar que o time baiano foi outro a descer de divisão. Falando nisso, o Corinthians perdeu pontos para todos os times que foram rebaixados.

Foram dois para o Grêmio Prudente, dois para o Guarani, dois para o Goiás e dois para o Vitória. A história poderia ser outra sem tantos tropeços tão pontuais.

Cadê o Ronaldo?

O Fenômeno não é mais o mesmo, é verdade, mas nas conquistas do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil em 2009 ele foi fundamental. Não à toa terminou aquela temporada com 24 gols. Este ano, porém, a trajetória foi bem diferente. Até porque o camisa 9 passou mais tempo no departamento médico do que em ação.

No Brasileirão, por exemplo, Ronaldo fez apenas 11 partidas em 38. Marcou seis gols, é verdade, mas esteve longe de ser decisivo como em outras ocasiões. Para o ano que vem, a ideia é que o Fenômeno jogue mais. O departamento médico tem um plano para minimizar os ricos de lesões, especialmente no primeiro semestre.

De qualquer maneira, para ter uma solução alternativa, a diretoria alvinegra corre atrás de um atacante mais efetivo, que possa substituir Ronaldo mantendo um nível técnico considerado bom. Atualmente, o jogador que tinha esse papel era Souza, renegado pela torcida e que quase não tem sido relacionado.

Por: Leandro Canônico

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