Palco de emoções desde 2005, GP do Brasil pode decidir mais um título

Palco de emoções desde 2005, GP do Brasil pode decidir mais um título

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:08

Desde sua ida para o final do calendário, o GP do Brasil se tornou o principal palco das decisões do título mundial da Fórmula 1. A corrida é disputada nesta época do ano desde 2004. Apenas no primeiro, o campeonato já chegou a Interlagos decidido. Neste intervalo, Fernando Alonso (duas vezes), Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Jenson Button sagraram-se campeões no tradicional circuito paulista.

Neste ano, o GP do Brasil é o penúltimo do calendário, e Fernando Alonso chega com 11 pontos de vantagem sobre Mark Webber, seu principal rival. Além deles, Lewis Hamilton (21 atrás), Sebastian Vettel (25 atrás) e Jenson Button (42 atrás). Os cinco ainda podem ser campeões nesta temporada, mas apenas o espanhol da Ferrari tem possibilidades de levar o título por antecipação em Interlagos, no próximo dia 7 de novembro. Saiba o que ele precisa para ser campeão no país:

- Vencer e Webber chegar no máximo em quinto;

- Chegar em segundo e Webber ser no máximo oitavo, além de Hamilton e Vettel não vencerem. O inglês da McLaren também não pode chegar na terceira posição;

- Chegar em terceiro e Webber ser no máximo o décimo. Neste caso, Hamilton não pode subir ao pódio (chegar no máximo em quarto) e Vettel ser um dos dois primeiros da corrida;

- Se Alonso chegar em quarto, a decisão do campeonato vai para Abu Dhabi.

Confira abaixo como foram as decisões dos campeonatos em Interlagos:

- 2005

Após um início de ano arrasador da Renault, Fernando Alonso chegava ao GP do Brasil, antepenúltima prova da temporada, com 25 pontos de vantagem sobre Kimi Raikkonen, então piloto da McLaren. O finlandês sofreu com várias quebras em seu carro ao longo da temporada e o espanhol precisava apenas de cinco pontos - o equivalente a um quarto lugar - para levar o título.

Em uma corrida conservadora, Alonso fez o suficiente para chegar na terceira posição e assegurar seis pontos. Kimi Raikkonen foi superado por seu então companheiro na McLaren, Juan Pablo Montoya, e chegou apenas em segundo na corrida. O colombiano, atualmente na equipe Chip Ganassi da Nascar, venceu o GP do Brasil em Interlagos.

- 2006

No ano seguinte, a história da temporada se repetiu. Fernando Alonso e a Renault conseguiram um excelente início de temporada e abriram boa vantagem para a Ferrari de Michael Schumacher. Só que, a partir do GP da Alemanha, a história mudou. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu o amortecedor de massa do carro da equipe francesa e o desempenho do time caiu vertiginosamente. Schumi conseguiu cortar a vantagem de Alonso na segunda metade da temporada, mas deu muito azar no GP do Japão, penúltima corrida.

O alemão, que tinha anunciado sua aposentadoria em Monza, teve o motor de sua Ferrari quebrado e o espanhol abriu dez pontos de vantagem antes do GP do Brasil. Para piorar, em Interlagos, Schumi sofreu com uma falha no câmbio no treino classificatório e largou na parte de trás do grid. Alonso caminhou tranquilo para uma segunda posição, atrás apenas do brasileiro Felipe Massa. O heptacampeão foi o quarto colocado na corrida e viu o rival da Renault levar o bicampeonato em Interlagos.

- 2007

A temporada de 2007 foi marcada por grandes polêmicas, todas envolvendo a McLaren. A estreia de Lewis Hamilton e os bons resultados do inglês acabaram com o clima interno, que tinha Fernando Alonso colocado para escanteio. O time ainda se meteu em um dos maiores escândalos da história da categoria, a espionagem contra a Ferrari. O espanhol entregou a equipe em troca de não ser punido, mas ela perdeu todos os pontos do Mundial de Construtores.

Com Alonso e Hamilton duelando, Kimi Raikkonen levou um dos mais improváveis títulos da história da Fórmula 1. O finlandês estava 17 pontos atrás de Hamilton com apenas duas corridas a serem disputadas. Mas o inglês atolou na entrada dos boxes na China e cometeu dois erros infantis em Interlagos, deixando o títilo nas mãos do "Homem de Gelo", que ainda contou com a ajuda do companheiro Felipe Massa. O brasileiro liderava a corrida com folga, mas abriu para Kimi passar e assegurar a conquista.

- 2008

A temporada passada viu o título mundial ser decidido mais uma vez em Interlagos. Lewis Hamilton e Felipe Massa chegavam com chances à corrida, mas o brasileiro precisava de uma combinação de resultados bastante improvável. Após alguns erros no início da temporada, o piloto da Ferrari foi prejudicado por um erro do mecânico no GP de Cingapura, que o liberou do pit stop ainda com a mangueira do reabastecimento engatada no carro. Um ano depois, contudo, ficou-se sabendo que a corrida foi armada pela Renault, com um acidente deliberado de Nelsinho Piquet para favorecer Fernando Alonso, que venceu a prova.

Voltando a 2008, o GP do Brasil foi um dos mais emocionantes da história da Fórmula 1. Massa liderou quase toda a corrida, que começou com pista molhada, a pista secou, mas a água voltou no fim. Hamilton, que fazia uma corrida conservadora, quase se complicou ao ser ultrapassado por Sebastian Vettel nas últimas voltas. O brasileiro cruzou a linha de chegada como campeão, mas o inglês conseguiu ultrapassar Timo Glock e 30 segundos depois, recuperou o título, por apenas um ponto.

- 2009

A temporada de 2009 foi marcada por grandes surpresas. Com o famoso difusor duplo, fruto de uma inteligente leitura do regulamento, a Brawn GP, sucessora da Honda, começava o ano arrasadora, sem dar chances aos adversários. E Jenson Button dominou o início e venceu seis vezes nas sete primeiras corridas. A partir daí, a RBR reagiu e começou a ameaçar o domínio do inglês. Rubens Barrichello também venceria duas provas e entraria na briga pelo título.

No GP do Brasil, Button largou em 14º, após problemas nos treinos, e não quis saber de cautela. Arrojado, tirou proveito de uma largada caótica, atropelou novatos à sua frente e foi comendo posições até o fim. Cruzou em quinto, mais que o suficiente para levantar a taça no quintal do companheiro Rubens Barrichello, que caiu da pole para o oitavo lugar, e cantou "We Are The Champions" pelo rádio, com a afinação que a voz cheia de emoção permitia naquele momento. O australiano Mark Webber, da RBR, venceu a corrida.

Por: Rafael Lopes

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