Por mais emoção, F-1 cria até zona de ultrapassagem na temporada 2011

Por mais emoção, F-1 cria até zona de ultrapassagem na temporada 2011

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:51

A monotonia de algumas corridas e as raras ultrapassagens nas últimas temporadas da Fórmula 1 fazem com que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) quebre a cabeça para arrumar soluções, principalmente no regulamento técnico da categoria. Novos conceitos de asas, limitações de apêndices aerodinâmicos, Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers). Tudo isso foi tentado nos últimos anos. Em 2011, a grande novidade é a asa traseira móvel, que poderá ser usada livremente nos treinos e de forma limitada - e complicada - nas corridas.     A asa móvel só poderá ser usada nos GPs pelos pilotos que estiverem menos de um segundo atrás do rival, apenas para atacar. Quem estiver à frente terá de se virar. Entretanto, a FIA criou a chamada zona de ultrapassagem, demarcada por linhas no asfalto, para estabelecer o local em que o equipamento poderá ser usado. Além disso, não há uma regra em comum: cada circuito será analisado em separado. Achou muito complicado para entender?     Então vamos à prática: no GP da Austrália, por exemplo, a reta dos boxes é curta. Por isso, a diferença entre os carros será medida na antepenúltima curva do traçado. A zona de ultrapassagem começará na saída da última curva e terminará na freada para a curva 1, com pouco mais de 600 metros de extensão. Para evitar polêmicas, um sinal se acenderá no painel para avisar ao piloto do início do uso da asa móvel. Ela só poderá ser acionada a partir da segunda volta, pelo risco de acidentes na largada e para o pole position não ser prejudicado.

A novidade, entretanto, não é um sucesso absoluto de crítica entre os pilotos. A aplicação da asa móvel na zona de ultrapassagem gerou críticas de Sebastian Vettel, atual campeão da Fórmula 1. O alemão acha complicado explicar ao público como tudo funcionará.

- Vamos dizer que eu esteja a mais de um segundo do carro na curva designada, mas eu consiga me aproximar nas últimas três curvas. Não poderei apertar o botão. Como explicar isso ao público?

Os dirigentes não seguem a mesma linha dos pilotos. Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, acha que a novidade será boa para os fãs. Segundo ele, a transmissão de TV oficial revelará quando um piloto poderá usar a asa móvel dentro da zona de ultrapassagem.

- Não existe motivo para supor que os espectadores ficarão confusos. A operação da asa é simples, teremos linhas na pista para mostrar onde será medida a diferença e a zona de ultrapassagem. Além disso, a TV terá um sinal sempre que o sistema estiver apto a funcionar.

Para Lucas di Grassi, que correu na Fórmula 1 na temporada passada, o uso da asa móvel não será definitivo para aumentar as ultrapassagens. O melhor carro continuará a andar na frente.

- Vai gerar ultrapassagens na corrida porque a diferença de velocidade é grande. Mas, na minha opinião, não será definitivo para isso. O carro mais rápido será sempre mais rápido. Se ele conseguir abrir um segundo no resto do circuito, não é por causa da asa que ele vai ser ultrapassado. A asa móvel será pouco usado na corrida - afirma Di Grassi.

Uso da asa móvel será liberado nos treinos livres e classificatórios

Se na corrida teremos uma série de restrições para o uso da asa móvel, os pilotos estarão livres nos treinos para melhorar os tempos com a novidade. Entretanto, por mexer com as condições aerodinâmicas do carro, o perigo pode aumentar. Pneus mais gastos, vento mudando de direção, quantidade de combustível. Essas variáveis podem acabar sendo um risco para os pilotos.

Mas para Lucas di Grassi, isto é inerente à Fórmula 1. Cabe aos pilotos ter a sensibilidade de acionar a novidade nos momentos mais convenientes. E os melhores carros devem ter vantagem.

- Existem algumas possibilidades. A Eau Rouge (do circuito de Spa-Francorchamps, na Bélgica), por exemplo. Com a asa em estado normal, ela é pé embaixo fácil. Com ela aberta será assim? Provavelmente, para alguns carros, será. Mas tem uma série de variáveis. Se alguma das condições mudar rapidamente, pode acabar causando um acidente. Mas isso faz parte. É Fórmula 1. Vai depender da sensibilidade de cada piloto - afirma.      

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