Recordista também de títulos, Messi voa para ultrapassar barreira histórica

Recordista também de títulos, Messi voa para ultrapassar barreira histórica

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:40

Lionel Messi ergue a sua terceira Champions e se consagra como dos maiores da história (Reuters)

  Alguns o veem com potencial para se tornar o maior da história. Outros, no entanto, concordam em partes, argumentam que ainda é cedo para compará-lo a gênios consagrados do futebol. Os mais exigentes, por sua vez, condicionam a conquista de uma Copa do Mundo para que possa entrar no rol que abriga há algum tempo Pelé, Maradona, Di Stéfano, Cruyff, entre outros, segundo a crítica especializada. Fato é que Lionel Messi está na boca do povo, e com as mãos e pescoço repletos de troféus e medalhas. Ninguém com 23 anos - fará 24 em 24 de junho - conquistou tantos títulos quanto o craque do Barcelona.

O último, a sua terceira Liga dos Campeões, levantada no último sábado e em comemorações por todo o domingo, após a vitória sobre o Manchester United, por 3 a 1, em Wembley, foi o 17º em sua coleção. O argentino também incluiu no currículo nesta temporada o Campeonato Espanhol (2010/11) e a Supercopa da Espanha (2010), que se juntaram a outras quatro ligas (2004/05, 2005/06, 2008/09 e 2009/10), uma Copa do Rei (2008/09), três Supercopas da Espanha (2005, 2006 e 2009), duas Champions (2005/06 e 2008/09), uma Supercopa da Europa (2009), um Mundial de Clubes (2009) e, pela seleção, um Mundial Sub-20 (2005) e uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008). Fora todos os prêmios individuais.

Maior, menor ou candidato?

As conquistas de Pelé são no mínimo igualmente impressionantes, mas quantitativamente inferiores. Aos 23, o Rei do Futebol somava 13 títulos: duas Copas do Mundo, duas Taça Libertadores, um Mundial, três Taças Brasil, quatro Campeonatos Paulistas e dois Torneios Rio-São Paulo.     Diego Maradona, por Boca Juniors e Barcelona, sentira o gosto apenas duas vezes. Três a menos do que Cruyff, que levantou quatro Campeonatos Holandeses e uma Copa da Holanda. Di Stéfano, que admitiu a possibilidade de Messi chegar ao topo, fora campeão em quatro oportunidades, duas com o River Plate, uma com o Millonarios, da Colômbia, e outra com a seleção argentina.

– Messi pode ser maior do que eu, Diego (Maradona), Pelé e Cruyff. No futebol se ganha com os pés e se pensa com a cabeça, e Messi resume tudo isso – afirmou Di Stéfano, atualmente presidente de honra do Real Madrid, clube onde fez história, com opinião um pouco distinta do comentarista Lédio Carmona, do SporTV.

– Não sou daqueles que acha que não vai aparecer alguém melhor do que o Pelé. Isso leva 50 anos pra aparecer, pode ser que apareça, ou pode ser que seja ele mesmo. Só é prematuro fazer qualquer comparação. Pode ser que a vida dele mude. Projetando para o futuro, o Messi ainda tem muito a ganhar, quebrar recordes... Ele nem deve pensar em superar o Pelé, talvez pense hoje em ser maior que o Maradona, referência maior na Argentina. Essa é a missão dele agora, pois do Barcelona ele já é o maior jogador da história – disse Lédio.

Carrick, Evra e Vidic atônitos com o 55º gol do craque com a camisa do Barcelona na temporada ( Reuters)

  Outra visão tem o jornalista Joaquim Piera, correspondente do diário “Sport”, de Barcelona.

– Faço a divisão entre o romântico e o moderno, e essa fronteira seria a Copa de 1970, já que em 74 surgiu o carrossel holandês, que revolucionou o futebol. Na era do futebol romântico, o Pelé é insuperável. O Messi caminha para o mesmo na era globalizada. Representa para o Barcelona o mesmo que o Pelé para o Santos. O diferencial é na seleção. Pode ser que o Messi termine a carreira sem ganhar uma Copa, mas acredito que no futebol atual os títulos com a pátria têm menos peso do que tinham anteriormente. Hoje a Liga dos Campeões converteu-se praticamente em uma Copa do Mundo de clubes, onde jogam os melhores. É mais difícil ganhá-la do que um Mundial, pois os times são entrosados, treinam o ano todo junto. Diria que o mérito é quase o mesmo – contou Joaquim Piera.

Na temporada, 53 gols em 55 jogos

Ao menos na Catalunha, Messi já se encontra acima de um imenso pedestal. Apesar dos números imprecisos do início de sua carreira, “La Pulga” atingiu os 205 gols (segundo o site “Transfermarkt” e dados da seleção de base argentina) como profissional ao marcar 53 vezes em 55 partidas com a camisa do Barcelona na temporada - e 24 assistências -, seu melhor registro até o momento, empatado com o português Cristiano Ronaldo, outra personalidade a quem é comparado a quase todo o momento.     Ronaldo e Romário também entram na pauta. Com média de 0,93 gol por jogo (e um gol a cada 86,2 minutos), Messi consagrou-se no ano. Os 205 gols na carreira - 177 pelo Barça e 28 pela Argentina - até o momento estão muito próximos dos 215 que o Baixinho marcou como profissional até os 23 anos (1989) e 232 do Fenômeno até 1999. Com a ressalva de que ambos atuaram no Campeonato Holandês, uma liga de segundo porte na Europa, Messi vai além. Ainda que o tempo seja um adversário de respeito, ele já é o grande candidato a levar para casa mais uma Bola de Ouro, em janeiro.

– Pode entregar para ele, esquece isso. Podemos pensar em quem vai ser o segundo, o terceiro... – disse Lédio Carmona.

Caso confirme o favoritismo, Messi irá se igualar aos holandeses Johan Cruyff (1971, 1973 e 1974) e Marco van Basten (1988, 1989 e 1992) e ao francês Michel Platini (1983, 1984 e 1985) com três Bolas de Ouro. O brasileiro Ronaldo e o francês Zinedine Zidane são outros que já foram eleitos três vezes o melhor do mundo, mas em eleição da Fifa - agora unificada com a premiação da “France Football”.

Terceira Bola de Ouro consecutiva a caminho? É o que parece para Lionel Messi... (Foto: AFP)

  Rumo ao milésimo?

Diante de tantas conquistas, pensar em 1.000 gols seria possível? Para alcançar a marca, Messi teria de repetir os 53 gols nas próximas 15 temporadas.

– Foi um ano atípico, é difícil ele manter essa média. De qualquer forma, se chegar aos 600, 700, já será algo espetacular. Você conta nos dedos quem tem números como estes na atualidade e tendo jogado em competições de alto nível. Não é para qualquer um – afirmou Lédio.

– A questão do gol 1.000 é simplesmente para consumo interno brasileiro. O que importa para um atacante como o Messi são os gols que dão os títulos ao clube. Os 53 do Cristiano Ronaldo serviram para ganhar a Copa do Rei. Os 53 do Messi para levar a Supercopa da Espanha, o Espanhol e a Liga dos Campeões. Mais do que o milésimo, o importante é o valor do gol. E nesse sentido é incrível sua rentabilidade – contou Joaquim Piera.

Com a camisa albiceleste, Messi estará em campo em um mês em sua outra casa, na Argentina. E já avisou: “É o meu próximo objetivo”. Que os rivais se cuidem.          

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