Seguro e pegador de pênaltis, Cavalieri se inspira em Dida e Taffarel

Seguro e pegador de pênaltis, Cavalieri se inspira em Dida e Taffarel

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:20

Contratado no começo da temporada junto ao Cesena-ITA, o goleiro Diego Cavalieri precisou se readaptar ao futebol brasileiro. Não foi tão bem na primeira chance que teve, mas desde que voltou ao time, na quinta rodada do Campeonato Brasileiro, vem conquistando a torcida tricolor com três características importantes a todo arqueiro de uma grande equipe: frieza, segurança e habilidade para pegar pênaltis. O camisa 12 do Fluminense, aliás, é o goleiro que mais defendeu penalidades até agora no Campeonato Brasileiro de 2011. Uma semelhança e tanto entre ele e dois de seus principais inspiradores: Taffarel e Dida.

Foram três pênaltis defendidos (Internacional, Atlético-PR e América-MG) em onze cobrados contra a sua meta. Em toda a temporada, o goleiro tricolor pegou quatro (veja todos no vídeo acima) em 13 possíveis -além dos três do Brasileirão, Diego levou a melhor sobre Loco Abreu, do Botafogo, na Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.

- É realmente uma boa média. No Palmeiras também peguei alguns. Assim como na base. O pênalti é um momento complicado e delicado da partida. É preciso manter a calma, o equilíbrio e a frieza. Naquela hora, é tudo contra o goleiro e nada a nosso favor. Mas sempre fui sossegado desde moleque mesmo. E me inspirei muito em Dida e Taffarel - disse Cavalieri, que também sempre cita Marcos, seu companheiro nos tempos de Palmeiras, como um de seus ídolos na posição.

Faltando apenas duas rodadas para o fim do Brasileirão, o goleiro tricolor conversou com o GLOBOESPORTE.COM sobre as suas técnicas para levar a melhor sobre os atacantes na hora da penalidade, explicou o estilo tranquilo dentro de campo, deixou claro que ainda tem muito a melhorar, preferiu deixar a Libertadores de 2012 para depois e garantiu: mesmo pendurado há várias rodadas, não tem medo de ser suspenso da última partida.

Diego Cavalieri se estica para defender o pênalti cobrado por Fábio Junior, do América-MG. Ele é o goleiro que mais pegou penalidades no Brasileirão 2011: três (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo) Qual a técnica para ser o maior pegador de pênaltis do Brasileirão 2011?

São várias. Depende muito do cobrador e do momento. Às vezes você fica analisando demais e acaba indo na intuição mesmo. No detalhe. O importante é manter a frieza e fazer aquilo que você estudou durante a semana olhando a maneira de cobrar dos adversários.

E deu certo em quatro pênaltis no ano, sendo três na temporada...

É realmente uma boa média, um número razoável. No Palmeiras também peguei alguns. Assim como na base. O pênalti é um momento complicado e delicado da partida. É preciso manter a calma, o equilíbrio e a frieza. Naquela hora, é tudo contra o goleiro e nada a nosso favor. Estudo muito também com a ajuda do Ricardo Corrêa (responsável por observações e scout no Tricolor), que sempre passa os vídeos dos cobradores principais. Isso ajuda muito.

A torcida tricolor lhe considera um goleiro frio e que passa segurança. Essas sempre foram as suas principais características?

Sim. Sempre fui muito tranquilo. Sossegado desde moleque mesmo. Gostava muito do Taffarel, por sua tranquilidade e bom posicionamento. Assim com o Dida. Nossa posição requer concentração sempre. É preciso manter a calma. Não podemos cometer erros. E o principal fator para conseguir isso é estar concentrado, com a cabeça no lugar, focado no que precisa ser feito. Manter a tranquilidade e poder passar isso aos outros jogadores.

E como vê os goleiros que vibram a cada defesa?

Cada um tem a sua maneira, seu estilo. Já vi muitos fazendo isso, mas não tenho nada contra. Este é o melhor momento da sua carreira? A maior sequência de partidas? (Diego foi titular nos últimos 32 jogos do Fluminense)

No Palmeiras também joguei muito em 2007. Boa parte do Paulistão e da Copa do Brasil, e depois quase todo o Brasileiro. Agora a sequência também está boa. Isso é importante para o jogador, principalmente para um goleiro. Tecnicamente ainda tenho muito a evoluir. A filosofia na Europa era outra. Precisei eliminar algumas técnicas que eram muito trabalhadas lá e não por aqui. Hoje já me sinto totalmente readaptado ao futebol brasileiro. Claro que o desgaste é grande. Minha temporada começou em julho de 2010. Não tive férias. É até natural estar cansado. Mas está tudo sobre controle. Treino sempre pensando em evoluir no dia a dia. Essa, aliás, tem de ser a principal virtude de um goleiro: se dedicar ao máximo ao trabalho e procurar sempre melhorar.

Dava para imaginar que depois de um ano tão conturbado o Fluminense ainda estaria disputando o título a duas rodadas do fim?

Difícil, né? Acho que essa vaga antecipada na Libertadores veio para coroar tudo o que passamos, todos os momentos conturbados. Apesar dos problemas, o grupo sempre esteve unido e trabalhando. O ambiente nas Laranjeiras é maravilhoso. Abel chegou e colocou a filosofia dele. Isso foi muito importante para a gente. Sempre falei nos momentos ruins, quando a sequência de vitórias não aparecia, que era preciso ter calma. Sabia que as coisas boas aconteceriam. A classificação para a Libertadores foi muito legal, mas ainda temos objetivos maiores, como o título.

E o que esperar da Libertadores 2012?

Joguei pela primeira vez em 2011, mas agora estou focado no Vasco. Esse jogo vale muito para a gente. Para os dois lados, aliás. Temos ainda a chance de conquistar o título. Só vamos olhar o planejamento para a próxima temporada nas férias. Nos restam ainda dois compromissos complicados. A vaga na Libertadores já está confirmada, mas estamos lutando agora por um objetivo maior. O Vasco é o foco.

Você está pendurado a várias rodadas. Passa pela sua cabeça ficar fora logo do último jogo do Campeonato Brasileiro, que pode até valer o título?

Às vezes não dá para evitar o cartão. Não falo nem de retardar o jogo, mas por uma falta mesmo. Só que isso não me preocupa no momento. Se eu for pensar nisso, posso acabar me desconcentrando durante a partida. É preciso deixar as coisas acontecerem naturalmente. Faz tempo que estou pendurado e consegui evitar até agora.

(Colaborou Diego Rodrigues)        

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