Falcão prefere analisar o jogo da casamata do que ficar gritando (Foto: Wesley Santos/Pressdigital)
O Inter fez uma mudança radical de estilo ao trocar Celso Roth por Paulo Roberto Falcão. Saiu um treinador de gritos, de exigência extrema, de corda esticada, e entrou um profissional de conversa ao pé do ouvido, de trato mais cordial, de conversa. Diante de um elenco que já estava cansado do estilo do outro treinador, a modificação parecia tiro certo. Mas vieram duas derrotas fortes, com o time adormecido na volta do intervalo, e daí nasceu o questionamento: estaria faltando vibração ao Inter de Falcão?
O treinador não vê mérito na discussão. Ele entende que berros na beira do campo não rendem um time mais vibrante. E ressalta que está ali como profissional, não como torcedor.
- O que é energia? Não sei o que significa isso de energia. Pelo que eu saiba, o treinador não pode ficar na beira do campo. Tem que ir lá, dar orientação e voltar. As coisas são estranhas, valorizamos até as coisas erradas... Isso não muda minha maneira de ser. Não vou torcer na beira do túnel. Não sou um torcedor ali. Sou um profissional disse Falcão.
Falcão diz que respeita todos os estilos, mas admite que não gosta de treinadores que são explosivos na casamata. Ele não vê sentido na agressividade.
- Nunca vi grandes treinadores chutarem portas disse ele.
O treinador ficou irritado com uma matéria do jornal Zero Hora que relatava incômodo no vestiário do Inter com o estilo pouco vibrante de Falcão. Ele disse que a situação não é verdadeira.
O comandante colorado diz que não há consistência nos questionamentos sobre sua postura como técnico. Ele argumenta que foi elogiado pelo estilo enquanto o Inter estava vencendo e passou a ser criticado pelo mesmo motivo quando o time passou a perder.
Dentro da discussão, chamou a atenção uma frase de Guiñazu durante a semana. Indiretamente, ele defendeu o chefe e tirou risadas dos repórteres ao falar sobre como costuma ser a relação entre jogadores e técnicos no decorrer das partidas.
- Vou te dizer uma coisa, ídolo: nunca escutei nada do que nenhum treinador disse ali no campo...
Com gritos ou sussurros, é certo que o Inter precisa vencer o Grêmio por dois gols de diferença, neste domingo, no Olímpico, para ser campeão gaúcho. O jogo começa às 16h.
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