Sem praia e sem freio, Felipe curte primeiro dia de herói no Flamengo

Sem praia e sem freio, Felipe curte primeiro dia de herói no Flamengo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:55

Nos planos de Felipe, a segunda-feira de folga seria de muito sol e praia. No lugar dos mergulhos, um bocado de perguntas e respostas sobre a classificação do Flamengo para decisão da Taça Guanabara, contra o Boavista, domingo que vem. No dia seguinte à semifinal contra o Botafogo, resolvida com duas defesas dele na disputa de pênaltis, o camisa 1 rubro-negro sentiu a diferença no tratamento dos torcedores.

- Ainda não consegui ir à praia desde que cheguei ao Flamengo. Só fui para treinar (risos). Muita gente falando comigo nas ruas. Já sou mais reconhecido pelos torcedores. Fico feliz com isso em tão pouco tempo, 40, 50 dias. Cheguei com o objetivo de conquistar espaço no coração deles, quero este carinho e quero títulos.

  Fome de conquistas e de comida também. Depois de participar do programa “Globo Esporte”, da TV Globo, e de conversar com outros jornalistas, Felipe não via a hora de almoçar. Para despitar o estômago, alguns goles de água. É o preço que se paga por ser herói. Ele sabia que seria assim. A sombra de Bruno, antigo dono da posição, que está detido por acusação no desaparecimento na jovem Eliza Samudio, o acompanha desde os primeiros dias no clube.

- O Flamengo tem um histórico excelente de goleiros, como o Bruno e o Julio César (da Inter de Milão). A pressão não seria só minha, mas de qualquer um que chegasse, pois teria de ocupar a vaga de um líder, do capitão da equipe. Nós temos um temperamento parecido, somos verdadeiros. Gosto da pressão. O Flamengo teve um ano conturbado, de muitos problemas fora de campo. Tinha a informação de que muita gente torcia contra a minha contratação, oferecia resistência pela semelhança com o Bruno. O Vanderlei bateu o pé e tenho de agradecer por tudo que está acontecendo. Foi ele quem bancou a minha vinda.     As comparações aumentaram após o desempenho de Felipe contra o Botafogo. Bruno participou de três disputas por pênaltis. A primeira foi na semifinal da Taça Guanabara de 2007 contra o Vasco. Pegou duas cobranças. Na final daquele ano, o camisa 1 bloqueou Lucio Flavio e Juninho, os dois principais cobradores do Botafogo. Leandro Guerreiro e novamente Juninho esbarraram em Bruno na decisão do Carioca de 2009.

- No decorrer da semana passada, depois do jogo em Maceió (contra o Murici, pela Copa do Brasil), comentaram que poderíamos ter de decidir nos pênaltis. O Bruno virou ídolo nas decisões. Só dava ele contra o Botafogo. Sabia que seria importante ter o mesmo êxito.

Felipe lembra que foi apenas a segunda disputa de pênaltis dele como jogador profissional. Na primeira, justamente contra o Botafogo, também decidiu.     - Defendi o pênalti do Zé Carlos, na Copa do Brasil de 2008. Meus tios botafoguenses estão chateados e nem querem falar comigo (risos). Na base sempre tive frequência de pegar pênaltis. Uma vez ou outra me destacava.

O tio favorito de Felipe é rubro-negro e estava no Engenhão. No fim do ano passado, Toninho foi um dos primeiros a saber do acerto com o Flamengo e não segurou o choro. Após a vitória sobre o Botafogo, com a mão de Felipe, novamente não conteve as lágrimas.

- Quando acabou o primeiro tempo, ele me chamou. Temos um assovio de família. Ele faz e sei que ele está lá. Ele estava chorando muito, estava com o meu primo. Fico feliz não só por ser meu tio, mas por ser um torcedor fanático do Flamengo. É bom dar essa alegria para ele.     'Bonde do Mengão sem freio' Tão logo percebeu que a cobrança de Renato Cajá fora desperdiçada, Felipe recebeu abraços dos companheiros para comemorar a classificação. Na festa, uma dança desengonçada, com pulos e trombadas. É o "Bonde do Mengão sem freio", funk que virou sucesso entre os jogadores do Fla.  

- Virou um hino para nós. Antes das partidas estamos ouvindo e está dando certo. A galera começou a fazer gol e a comemorar assim. Falei que teríamos de fazer a dança se viesse a classificação. Ficou bem engraçado, todo mundo ligando, perguntando. Ficou o Bonde do Mengão sem freio e espero que fique aqui até o fim do ano.

O Rubro-Negro está invicto na temporada. Em nove jogos, oito vitórias (uma contra o Murici, pela Copa do Brasil) e um empate. Apesar da euforia dos rubro-negros, Felipe lembra que o primeiro turno do estadual não acabou. A final contra o Boavista, domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão, é encarada com seriedade.

- Vai todo mundo falar que já está decidido, mas o Boavista derrotou o Fluminense, nos enfrentou na fase de classificação (vitória do Fla por 3 a 2) e é uma equipe forte.

E se a decisão contra o time de Saquarema for para os pênaltis?

- Espero que não seja assim (risos).      

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