Sonho possível: a um ano dos Jogos, Marílson vislumbra pódio

Sonho possível: a um ano dos Jogos, Marílson vislumbra pódio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:33

Uma das cenas mais marcantes em Olimpíadas envolveu o fundista brasileiro Vanderlei Cordeiro, que foi agarrado pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan enquanto liderava a maratona dos Jogos de Atenas, em 2004. Apesar de ser atrapalhado, ele retornou à disputa e ainda subiu ao pódio, ficando com o bronze. Passados sete anos do episódio, outro maratonista busca uma medalha na clássica disputa olímpica. A um ano dos Jogos de Londres, Marílson dos Santos aparece em boas condições de pôr o favoritismo africano abaixo.

Marílson pode levar a bandeira brasileira ao pódio nas Olimpíadas de Londres (Foto: Divulgação / Site ZDL)

  Em Atenas, Marílson não conseguiu classificação para os Jogos por pouco. Em Pequim, ficou pelo meio do caminho. Para 2012, figura entre uma das boas apostas ao pódio.

- Estou vivendo um bom momento e fico otimista (na luta por uma medalha). Em se tratando de maratona olímpica, tudo é possível. Posso ganhar uma medalha ou repetir o que aconteceu em Pequim. É uma incógnita. O que importa é chegar bem treinado. Assim, a expectativa em torno de um bom resultado é grande - diz Marílson, que, desgastado por conta das condições climáticas, não chegou a cruzar a linha de chegada nos Jogos de Pequim. A confiança tem justificativa. Bicampeão da tradicional Maratona de Nova York (2006 e 2008) e tri da São Silvestre (2003, 2005 e 2010), Marílson registrou o tempo mais baixo de sua carreira em abril deste ano, após completar o percurso de 42km em 2h06m34s. O recorde, dois minutos abaixo de sua antiga melhor marca, foi conquistado justamente na Maratona de Londres, que teve um trajeto similar ao dos Jogos Olímpicos.

Vanderlei é agarrado por Cornelius Horan durante

a Maratona das Olimpíadas de 2004 (Getty Images)

  Fora o bom retrospecto, Marílson, ao lado do medalhista de bronze em Pequim, o americano Ryan Hall, aparece como um dos únicos atletas capazes de superar os africanos. Do outro lado do Atlântico, o favoritismo é dividido entre os quenianos Geoffrey Mutai, Emmanuel Mutai e Moses Mosop, além do etíope Deriba Merga, garante o comentarista Lauter Nogueira, que completa: a ameaça africana não é tão real quando se trata de Olimpíadas.

- O Marílson tem grandes chances de brigar por medalha, inclusive a de ouro. Só existem dois atletas temidos pelos africanos. Um é o Marílson e o outro é o Ryan Hall. Mas, apesar de numerosos, os africanos não se dão bem em Olimpíadas. Não sei o que acontece, mas eles não tratam bem essa pressão de uma Olimpíada - diz o comentarista.

Primeiro objetivo é a classificação

Grande ameaça para os africanos, Marílson precisa

ainda da vaga nas Olimpíadas (Foto: Divulgação)

  Marílson reconhece que é um dos poucos fundistas no mundo capazes de superar o poderio africano, mas lembra que antes precisa ainda carimbar a vaga para os Jogos de Londres. Para isso, necessita conseguir o índice e estar entre os três primeiros colocados do ranking brasileiro até maio de 2012. Como a corrida rumo às Olimpíadas passa a valer só a partir do segundo semestre deste ano, o brasiliense planeja aproveitar a Maratona de Chicago, em outubro, que normalmente é uma corrida mais rápida, para obter o índice.

- Primeiro, o intuito é garantir a vaga e só depois vou pensar em buscar uma medalha. Vemos que a maratona está ficando cada vez mais difícil, com os africanos dominando cada vez mais. Sou um dos poucos que estou insistindo em disputar com eles. Nessa concorrência árdua, acho que dá para brigar por boas colocações - disse Marílson, que neste ano ainda vai disputar os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara.          

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