Tupi vence o Cruzeiro em jogo emocionante

Tupi vence o Cruzeiro em jogo emocionante

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

A forte chuva no fim da partida parecia lavar a alma dos torcedores do Tupi. Afinal, o clube demorou quase 23 anos - ou 16 confrontos - para saborear o gostinho da vitória sobre o mistão do Cruzeiro. Neste domingo. Ademílson, Fabrício Soares e Gedeon se tornaram os heróis de um fim de uma longa escrita. Eles foram os autores dos gols do emocionante triunfo por 3 a 2, no Estádio Mário Heleno, em Juiz de Fora - Anderson Lessa e Pedro Ken marcaram os da Raposa, que se mantém líder do Campeonato Mineiro, com 18 pontos ganhos, mas perdeu a chance de abrir boa frente na tabela após o término da oitava rodada.

A equipe celeste, que sofreu a segunda derrota na competição, tem na sua cola Ipatinga e Democrata, com 16 pontos ganhos - os dois, por sorte dos cruzeirenses, perderam na rodada para, respectivamente, Uberaba e Atlético.

Com a vitória, o Tupi ficou a um ponto dos vice-líderes e se aproxima também do Cruzeiro, além de pôr fim a um longo jejum. A última derrota da Raposa para a equipe interiorana foi em 12 de julho de 1987 justamente em Juiz de Fora, por 2 a 1. De lá para cá, houve 12 vitórias azuis e quatro empates.

Na próxima quinta-feira, a Raposa volta a disputar a Libertadores, fora de casa, em Caracas, na Venezuela, contra o Deportivo Italia, pelo Grupo 7. No Campeonato Mineiro, volta a campo no clássico com o América, no Mineirão, no domingo. No mesmo dia, o Tupi, em quarto lugar na tabela, com 15 pontos, e mais perto do líder, vai até Teófilo Otoni enfrentar o América local.

Tupi começa melhor

Um primeiro tempo bem disputado acabou premiado no fim com dois belos gols das duas equipes que deram emoção e bom tempero à partida. Dominado em boa parte, bastou o Cruzeiro pressionar nos minutos finais para abrir o marcador com o até então sonolento Anderson Lessa. E quando parecia que o time sairia com a vantagem, Ademílson, artilheiro do campeonato, surpreendeu Fábio e fez um golaço de fora da área. Nada mais justo para o Tupi.

Se o Cruzeiro entrava em campo com mistão para poupar o time para a Libertadores, o Tupi tinha cinco desfalques. Com a vantagem de jogar em casa, tendo o apoio da torcida e Ademílson em boa fase, a equipe de Juiz de Fora apostou no ataque. A boa marcação no meio-campo, aliada à velocidade de Chiquinho e Gedeon na armação das jogadas e o sono da Raposa, contribuiu para o sufoco. O cartão de visitas foi de Gedeon, que tentou surpreender Fábio em chute de longe, aos dois minutos, mas a bola foi para fora.

A defesa celeste falhava. Principalmente Fabinho, que perdeu duas bolas seguidas no duelo com Robson. Numa delas, aos cinco minutos, o atacante do Tupi deixou a bola passar para Ademílson, que só não marcou porque Fábio saiu bem e abafou o chute. Três minutos depois, em escanteio de Gedeon, Adalberto aproveitou outra falhar de marcação da zaga e deu carrinho para tentar escorar para as redes, mas chegou atrasado no lance e a bola saiu pela lateral.

Cláudio Caçapa perdia bolas na saída de bola, Roger pouco aparecia no meio-campo... O Cruzeiro não conseguia sair do sufoco. Quem mais procurava o jogo era Gilberto. Apesar de escalado na lateral, o camisa 10 sempre que podia fazia as vezes do meia. E foi aos 11 minutos que ele rolou de calcanhar para Anderson Lessa, ainda sonolento, se atrapalhar no toque a mais e deixar a defesa do Tupi interceptar a jogada.

Quem tinha de armar o time - o meia Roger - só apareceu mesmo quando resolveu bater de longe, aos 15 minutos, só que nas mãos de Jefferson. Por outro lado, o Tupi tinha mais a posse de bola mas já criava menos. E a marcação do Cruzeiro sobre Ademílson e Robson melhorou bastante.

Belos gols no primeiro tempo

A disputa no meio-campo cresceu, e a emoção diminuiu até que, aos 40 minutos, a Raposa saiu de um sufoco do Tupi e puxou um contra-ataque em velocidade. Camilo fez belo lançamento para Anderson Lessa, que fez o giro e bateu à esquerda de Jefferson, sem defesa: 1 a 0.

O gol fez o Cruzeiro crescer no fim do primeiro tempo. Com melhor toque de bola, saiu uma boa jogada aos 43. De Roger para Anderson Lessa, que tocou para Gilberto. A bola rolou para Pedro Ken. Ele foi ao fundo e centrou, mas ninguém chegou a tempo. A defesa do Tupi salvou.

Quando tudo indicava que o time celeste sairia com a vantagem na primeira etapa, Ademílson surpreendeu Fábio e até os torcedores do Tupi. Da meia-esquerda, ele arriscou com força e efeito, encobrindo o goleiro, adiantado. A bola foi no ângulo à esquerda, no fundo das redes, e a arquibancada, à loucura aos 45. O atacante, artilheiro do campeonato, marcou seu oitavo gol.

Virada do Tupi

Adilson Batista fez duas mexidas para tentar melhorar o Cruzeiro. Pôs Marquinhos Paraná e Bernardo nos lugares de Roger e Anderson Lessa. Mas o Tupi não quis saber e, logo aos dois minutos, virou a partida. Gedeon cobrou falta pela direita. A bola sobrou na área para Henrique, que bateu com violência. Fábio salvou, mas espalmou para a frente. Fabrício Soares não desperdiçou a chance e chutou de perna esquerda, sem defesa.

A partir daí, o Cruzeiro foi para cima. O Tupi recuou e ficou nos contra-ataques. O técnico Leonardo Condé trocou Felipe Santos, que já tinha o cartão amarelo, por Darlan, e Róbson por Paulo Roberto. Depois, Adilson Batista tirou um volante, Fabinho, para pôr outro atacante, Thiago Ribeiro. Era o tudo ou nada para buscar o empate. E se Marquinhos Paraná e Bernardo criavam mais, o time esbarrava na boa marcação do anfitriões.

O Tupi também mexeu. Trocou o lateral Michel pelo meia-atacante Yan. O time de Juiz de fora teve um gol anulado aos 28 minutos que gerou discussão. Chiquinho cobrou falta da meia direita e a bola entrou à direita de Fábio. O auxiliar assinalou impedimento de Paulo Roberto, que participou do lance,

Pouco depois, Gedeon, em nova jogada de contra-ataque, tocou com categoria e praticamente selou a vitória ao ampliar para 3 a 1, aos 35 minutos. Mas o Cruzeiro se lançou mais ainda à frente, e a partida ficou emocionante - a equipe de Juiz de Fora estava com 10, pois Leo Salino levou o cartão vermelho, após o segundo amarelo. Já debaixo de chuva, Pedro Ken diminuiu aos 46. Bernardo, de cabeça, aos 47, perdeu a chance do empate na pressão celeste. E o jejum do Tupi acabou debaixo de chuva e um alívio com o apito final do árbitro Alício Pena Júnior.

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