Vice como juvenil em Roland Garros, gaúcho estreia na Bahia em um ATP

Vice como juvenil em Roland Garros, gaúcho estreia na Bahia em um ATP

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:57

Há pouco mais de um ano e meio, na quadra 2 de Roland Garros, um gaúcho de 16 anos conquistava o vice-campeonato juvenil de duplas. A derrota na final não o colocou sob holofotes, mas Guilherme Clezar parece não se queixar. O tímido jovem de Porto Alegre trilhou uma bela carreira como juvenil e nesta segunda-feira, aos 18, chega a hora de dar o primeiro passo no principal estágio do tênis mundial. Graças a um convite dos organizadores do Aberto do Brasil, Clezar entra em quadra por volta das 22h (de Brasília) para estrear na chave principal de um torneio de nível ATP.

  O rival deste primeiro jogo é um compatriota: João Souza, o Feijão, que ocupa atualmente a 131ª posição do ranking. Clezar, que fará sua primeira temporada completa como profissional - completou 18 anos no dia 31 de dezembro - parece ciente da dificuldade, mas não se mostra ansioso ou preocupado. O adolescente soa até desinteressado ao falar da partida

- Eu gostaria um jogar um bom jogo e fazer meu melhor. Isso já vai ser excelente. É um jogo complicado. É isso que eu tenho que fazer agora. Não pensar muito, entrar na quadra e jogar - afirmou, depois de um bate-bola com Júlio Silva na noite da véspera.

O tom de voz, no entanto, pode enganar quem não conhece Clezar. Ambição não falta. Atualmente em 719º no ranking, o gaúcho, fã assumido de Roger Federer, quer subir no ranking o mais rápido possível. Por isso, ressalta a importância do trabalho feito desde o fim do ano passado com João Zwetsch, ex-técnico de Thomaz Bellucci.     - O João é um cara que fala bastante. Tenho ainda bastante coisa para melhorar, não estou nem perto de estar formado. Sou novo ainda, a gente está procurando trabalhar um pouco de tudo, mas principalmente a parte de ficar no jogo, de ter volume, de ficar concentrado. Isso é o principal - reforça.

Clezar, uma das principais promessas do tênis brasileiro, ainda parece estranhar o interesse da imprensa. Seu jeito de ser é do tipo cuca-fresca, de quem reclama pouco e trabalha muito. O adolescente é tão desapegado que nunca corrige quem pronuncia seu nome de forma errada. No circuito, seu nome é normalmente falado como se a sílaba tônica fosse a última, mas o certo é dizê-lo como se houvesse um acento no "e" (Clézar). O que ele acha disso?

- Nem ligo, Estou acostumado.

No rápido bate-papo na noite de domingo, o adolescente só mudou o tom de voz para ressaltar o agradecimento aos organizadores do Aberto do Brasil, que lhe concederam o convite para disputar a chave principal. Afinal, Clezar, como 719º do mundo, é apenas o 28º brasileiro mais bem colocado na lista da ATP.

- Isso surpreendeu, claro. Pô, ganhar um wild card em um ATP na minha idade, ainda com tantos tenistas no Brasil com ranking melhor do que o meu, me sinto lisonjeado de receber essa oportunidade. É o primeiro ATP que estou jogando e, em casa, não podia ser melhor. Agradeço a Koch Tavares (promotora do Aberto do Brasil) pela oportunidade.    

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