Palmeiras e Felipão voltam ao palco do 6 a 0 para acabar com longos jejuns

Palmeiras e Felipão voltam ao palco do 6 a 0 para acabar com longos jejuns

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:11

Francisco De Laurentiis

O local onde o Palmeiras e seu técnico, Luiz Felipe Scolari, sofreram uma das maiores humilhações em suas trajetórias pode marcar o início de uma grande virada. O estádio Couto Pereira, onde o Coritiba aplicou 6 a 0 sobre o time paulista na Copa do Brasil 2011, será revisitado por Felipão e seus comandados nesta quarta-feira, quando seu time decide a competição mata-mata contra o clube paranaense. Para a equipe do Palestra Itália, é a chance de acabar com um longo jejum de títulos nacionais e despertar o \"gigante adormecido\". Para o treinador, a oportunidade para provar que ainda é um dos melhores do país.

Desde que venceu a extinta Copa dos Campeões, em 2000, o Palmeiras sofreu seguidas decepções em Campeonatos Brasileiros e Copas do Brasil. Em 2004, 2008 e 2009, ficou perto de vencer o Brasileirão, mas tropeços nas últimas rodadas tiraram títulos que pareciam ganhos das mãos alviverdes. Já as lembranças dos mata-matas dão até arrepios nos torcedores.

Eliminações para ASA-AL, Ipatinga, Atlético-GO, Santo André, Sport e principalmente Vitória (do infame 7 a 2) e Coritiba (com direito a 6 a 0) não foram esquecidas tão cedo. O único título nacional nos últimos 12 anos foi o da Série B 2003 - marca de um período que a torcida prefere não recordar -  enquanto o Paulistão 2008 ajudou a amenizar, mas não acabar, com a dor nos corações palestrinos.

Para \"acordar do pesadelo\" e encerrar a longa espera por sua 12ª conquista de porte nacional (oito Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Copa dos Campeões e uma Série B), o time paulista precisa segurar ao menos um empate no Couto Pereira, já que venceu o jogo de ida, na Arena Barueri, por 2 a 0. O estádio estará lotado com cerca de 25 mil fanáticos pela equipe paranaense, pressionando da mesma maneira que há cerca de um ano, quando testemunharam o 6 a 0. Os palmeirenses sabem que este ano entram com a vantagem de dois gols, mas ressaltam a cautela necessária para evitar um novo vexame na história recente do clube.

"Não podemos ser ingênuos e dizer que não existe vantagem. Mas não é para relaxar. Não pode recuar porque jogar 90 minutos só atrás é muito difícil. Vamos tentar tirar proveito só nos últimos dez, cinco minutos. Aí pode colocar zagueiro em campo para ficar dando balão até acabar o jogo. Mas no início não podemos pensar assim\", alertou o meia Daniel Carvalho. Para fortalecer a mente dos jogadores e conseguir o título que pode acalmar de vez o turbulento ambiente do clube, o Palmeiras preparou até mesmo uma palestra com um policial do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais do Rio de Janeiro). Tudo para antecipar o \"clima de guerra\" e a pressão que os palestrinos irão encontrar no Couto Pereira.

O jogo no estádio do Coritiba, inclusive, terá ao mesmo tempo muitas mudanças e semelhanças com o 6 a 0 de 5 de maio de 2011. Pelo lado palmeirense, o goleiro Marcos, titular na partida, já está até aponsentado. Atletas como Chico, Lincoln, Welligton Paulista, Rivaldo, Danilo, Kleber e Adriano \"Michael Jackson\", que atuaram na partida, já não estão mais no Palestra Itália. Outros, como Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik, João Vítor, Leandro Amaro e Luan permaneceram, e buscam a revanche e o exorcismo de um dos grandes fantasmas de suas carreiras. O Coritiba, por sua vez, também terá \"remanescentes\" da goleada: seis atletas que atuaram na partida de um ano atrás (Jonas, Willian, Pereira, Lucas Mendes, Rafinha e Anderson Aquino) vão enfrentar novamente o Palmeiras.

O jejum de FelipãoSe o Palmeiras está há 12 anos sem um título nacional, o técnico Luiz Felipe Scolari também amarga longo jejum de conquistas importantes. O treinador conquistou 18 taças nos anos 90 e início dos anos 2000, mas desde o penta com a seleção brasileira, na Copa do Mundo de 2002, o gaúcho não vence um campeonato de expressão.

Apesar de ter sido vice-campeão da Eurocopa 2004 e 4° colocado na Copa do Mundo de 2006 com Portugal, seu único título nos últimos 10 anos foi o do obscuro Campeonato Uzbeque, com o Bunyodkor. Desde que retornou ao Palmeiras, em 2010, o mais próximo que esteve de um troféu importante foi em 2010, quando alcançou a semifinal da Copa Sul-Americana. Acabou, contudo, eliminado pelo Goiás em pleno Pacaembu lotado.

Para retormar a rotina vencedora, apagar a dolorida lembrança do 6 a 0 e voltar a ter status de treinador top, Felipão busca seu 4° título da Copa do Brasil - já conquistou com o Criciúma, em 1991, com o Grêmio, em 1994, e com o próprio Palmeiras, em 1998. A conquista da boa vantagem na Arena Barueri anima o treinador, que vive \"boa fase\" na Copa do Brasil: no jogo de ida da semifinal contra o Grêmio, por exemplo, aplicou um \"nó tático\" em Vanderlei Luxemburgo e levou o Palmeiras à vitória em pleno estádio Olímpico. A lembrança do vexame no Couto Pereira, no entanto, ainda está viva na cabeça do técnico.

"Claro que um resultado com um gol a mais (2 a 0) te deixa tranquilo. Não podemos esquecer que, se o Palmeiras fizer um gol fora, tem que levar quatro (para perder o título, graças à regra do gol fora de casa). Mas também não posso ficar muito alegre, porque já levei seis lá\". É no palco de uma de suas maiores derrotas que Luiz Felipe Scolari vai buscar a volta por cima e um novo título de prestígio para aumentar sua coleção. Se ele vai conseguir, só na quarta-feira para saber.

 

 


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