Em 7º dia, STF ouvirá defesa de Valdemar Costa Neto, figura central do mensalão

Em 7º dia, STF ouvirá defesa de Valdemar Costa Neto, figura central do mensalão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:11

O julgamento do mensalão, escândalo de corrupção que marcou o primeiro mandato do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chega nesta sexta-feira (10) ao sétimo dia, quinto destinado às sustentações orais dos réus. Até aqui, já falaram aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) os defensores de 20 dos 38 réus do processo. Nesta sexta, o principal destaque fica por conta da defesa de Valdemar Costa Neto, que na época era presidente nacional do PL, legenda que indicou José Alencar como candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 2002.

Além da defesa de Valdemar, que hoje ocupa a presidência de honra do PR, os ministros do STF ouvirão nesta sexta-feira os advogados de mais quatro réus do processo: Breno Fischberg (ex-sócio da corretora Bônus Banval), Carlos Alberto Quaglia (ex-sócio da empresa Natimar) e os irmãos Jacinto e Antônio Lamas, ambos do PL. Este último, fundador da legenda, na época do escândalo era assessor da liderança do partido na Câmara dos Deputados – ele teve o nome excluído da denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por falta de provas.

A defesa de Valdemar Costa Neto será a terceira a usar a palavra na tribuna durante a sessão desta sexta-fera no STF. O ex-presidente do PL é apontado como uma das figuras centrais do esquema e, em 2005, dividiu os holofotes da mídia com outros protagonistas do mensalão, como ex-chefe da Casa Civil José Dirceu e o presidente nacional do PTB, o então deputado Roberto Jefferson.

Segundo a acusação, Valdemar teria fechado acordo para venda de apoio político ao PT e montado o esquema de lavagem de dinheiro pela empresa Garanhuns Empreendimentos, que supostamente efetuou o pagamento a parlamentares da legenda. O atual dirigente do PR foi denunciado pelos crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Outros réus

O primeiro réu a se manifestar no sétimo dia de julgamento do mensalão, por meio de seus advogados, será Bruno Fishberg. Ele é ex-sócio da corretora Bônus Banval e é acusado de ter utilizado a empresa para efetuar pagamentos a parlamentares do PP a mando do PT. Os recursos seriam repassados pelo publicitário Marcos Valério, apontado como financiador do mensalão, para as contas da Bônus Banval, de acordo com a Procuradoria Geral da República. Fishberg foi denunciado por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Na sequência, será a vez da defesa de Carlos Alberto Quaglia, ex-sócio da empresa Natimar, que teria recebido recursos da Bônus Banval e os repassado a deputados do PP em troca de apoio político ao governo petista. Quaglia também foi denunciado pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Após a sustentação oral da defesa de Valdemar Costa Neto, a terceira a se manifestar nesta sexta-feira, será a vez dos irmãos Jacinto e Antônio Lamas. O primeiro era tesoureiro do PL na época do mensalão e é apontado na denúncia como o articulador, ao lado de Marcos Valério, de contratos “fictícios” que legalizavam o pagamento de propina a parlamentares da legenda. Antônio Lamas, por sua vez, inicialmente acusado de receber recursos diretamente das empresas de Marcos Valério e repassá-los a deputados do PL, teve seu nome excluído da denúncia pelo procurador-geral da República – assim como Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República no governo Lula – por insuficiência de provas.

O sexto dia do julgamento do mensalão, quarto reservado à manifestação das defesas dos acusados, teve as sustentações orais de mais cinco réus do processo. O advogado Marthius Sávio Cavalcante Lobato defendeu o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e alegou que seu cliente não tinha autonomia para tomar decisões individualmente, já que a instituição funciona em sistema colegiado.

Na sequência, falaram os advogados dos ex-deputados do PP, Pedro Corrêa (ex-presidente nacional da legenda) e Pedro Henry (ex-líder da bancada do partido), respectivamente Marcelo Leal e José Antonio Duarte Álvares. Ambos adotaram estratégia muito parecida e negaram a existência do mensalão – no sentido de um pagamento a parlamentares em troca de votos favoráveis ao governo no Congresso. Segundo eles, o que houve foram acertos políticos e ajuda financeira a campanhas eleitorais para a eleição municipal de 2004.

Encerrando o dia no STF, o advogado Maurício Maranhão de Oliveira defendeu João Cláudio Genu, ex-assessor parlamentar e apontado como homem de confiança da cúpula do PP, e alegou que seu cliente era um “mero mensageiro” e cumpridor de ordens superiores. O último a ir à tribuna foi Antônio Sérgio Altieri de Moraes Pitombo, que representou Enivaldo Quadrado, outro ex-sócio da Bônus Banval, e fez uma contestação técnica e detalhada da acusação da Procuradoria. Ele garantiu que Quadrado não poderia ter conhecimento das operações da corretora e rechaçou a tese de lavagem de dinheiro.” \"É fácil lavar dinheiro em corretora de valores? É o lugar exato que nós vamos escolher para lavar dinheiro?”, questionou.

 

 


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