Sem resultados, CPI vira palco para briga entre partidos

Sem resultados, CPI vira palco para briga entre partidos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:12

Adriano Ceolin, iG Brasília

Com mais um dia de depoimentos frustrados, a CPI do Cachoeira foi palco hoje de troca de acusações entre governo e oposição sobre o rumo das investigações. O PSDB acusou o PT de retardar e politizar os trabalhos ao insistir em perguntas ao ex-vereador tucano Wladimir Garcez, acusado de ser elo entre políticos e o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Já os governistas acusaram os tucanos de "querer aparecer".

Os ataques tiveram início logo após o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), encerrar o questionário feito a Garcez. De imediato, ele foi acusado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) de fazer perguntas apenas relacionadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). "Estamos aqui como magistrados. E magistrado não faz perseguição política", afirmou.

 

Sampaio cobrou de Cunha o fato de ele não ter feito mais perguntas sobre o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiróz (PT), que é também citado nas investigações da operação da Polícia Federal que desvendou o esquema comandado por Carlinhos Cachoeira. "O relator tem de ser justo", disse. "Começamos mal. Podia fazer 20 perguntas sobre o governador do PT. Não vou me sujeitar a este papel", completou Sampaio.

O relator Odair Cunha rebateu as críticas de forma breve. Afirmou que insistiu em perguntas relacionadas ao governador de Goiás porque o ex-vereador Wladimir Garcez foi investigado pela PF porque "influenciava em negócios do governo do PSDB". "Fiz as perguntas que achei que devia fazer. Agora se ele pertence aos quadros do PSDB não posso fazer nada", afirmou Cunha. Tchuchuca e Tigrão


A crítica mais pesada partiu do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR). Dirigindo-se a Odair Cunha, ele acusou-o de se comportar como "tigrão" quando faz perguntas sobre o PSDB e como "tchutchuca" quando questiona sobre casos referentes ao PT. O deputado petista Dr. Rosinha (PR) saiu em defesa do relator. Irritado, Francischini levantou-se e começou a gritar com o parlamentar paranaense.

O episódio rendeu críticas de peemedebistas e petistas. "A vontade aparecer tem sido maior do que a capacidade de investigar", afirmou o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF)". Mendonça do Prado (DEM-SE) também criticou os colegas. "É depoente que não depõe. E CPI que não investiga. Nós estamos sendo ridicularizados", afirmou.



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