Será a vez do Lula no Mensalão

Será a vez do Lula no Mensalão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:11

O oitavo dia do julgamento do mensalão, na segunda-feira (13), deve ser marcado por uma exposição polêmica do advogado do ex-deputado federal Roberto Jefferson, Luiz Francisco Corrêa Barbosa. Durante sua fala, Corrêa Barbosa vai alegar que nem Roberto Jefferson, delator do mensalão, foi obrigado a prestar apoio ao governo em troca do mensalão. Além disso, ele vai sustentar que sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não existe o esquema de compra de apoio.

A sustentação oral do advogado do delator do mensalão é uma das mais aguardadas do julgamento. Na visão do advogado, a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) não tem sentido algum ao excluir o ex-presidente Lula do processo. “Contra o ex-presidente existem provas materiais, contra Dirceu, não”, defendeu Barbosa em entrevista em vídeo ao iG.

Durante sua exposição, Corrêa Barbosa vai afirmar que, no momento em que o ex-presidente determinou, via medida provisória, que outros bancos como o BMG pudessem participar do mercado de concessão de crédito consignado, isso favoreceu diretamente o esquema do publicitário Marcos Valério. Na denúncia da PGR, Marcos Valério tomou empréstimos do BMG para abastecer os cofres do PT visando a compra de apoio político de deputados federais para a aprovação de projetos de interesse do executivo.

“Ora, somente quem pode propor projetos de lei é o presidente da República. Isso não pode ser feito por ministros. Sem apontar o ex-presidente como integrante do esquema não se pode falar em compra de apoio político”, disse Corrêa Barbosa ao iG.
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Apesar de ter delatado o mensalão, Roberto Jefferson nega que participou do esquema. Assim como outros ex-deputados federais, Jefferson afirmará que recebeu R$ 4 milhões como ajuda do PT na campanha municipal de 2004. Segundo o petebista, o acordo envolvia o recebimento de R$ 20 milhões do governo federal. “O mensalão é uma questão conceitual. Existiu o recebimento de dinheiro. Isso está provado. Agora, o que foi feito, cada um tem se esforçado para explicar”, afirmou Barbosa ao iG. “Vamos assistir a um festival de absolvições por causa dos problemas nessa denúncia da PGR”, complementa.

No dia 2 de agosto, o STF deu início à primeira sessão para julgar o mensalão
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O presidente do STF, Ayres Britto, é o responsável por conduzir os trabalhos do julgamento, que deve durar mais de um mês
O presidente do STF, Ayres Britto, é o responsável por conduzir os trabalhos do julgamento, que deve durar mais de um mês
Foto: Nelson%20Jr./SCO/STF
No 1º dia do julgamento, a tese de desmembramento do advogado Márcio Thomaz Bastos sofreu derrota e atrasou o cronograma
No 1º dia do julgamento, a tese de desmembramento do advogado Márcio Thomaz Bastos sofreu derrota e atrasou o cronograma
Foto: Ag%C3%AAncia%20Estado
Ainda na sessão de 2 de agosto, o ministro revisor Ricardo Lewandowski e o ministro relator Joaquim Barbosa bateram boca sobre o desmembramento do processo
Ainda na sessão de 2 de agosto, o ministro revisor Ricardo Lewandowski e o ministro relator Joaquim Barbosa bateram boca sobre o desmembramento do processo
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Barbosa chegou a chamar o colega Lewandowski de 'desleal' por concordar com a tese de Bastos
Barbosa chegou a chamar o colega Lewandowski de 'desleal' por concordar com a tese de Bastos
Foto: Nelson%20Jr./SCO/STF
O julgamento bate todos os recordes históricos do STF em número de réus e volume do processo
O julgamento bate todos os recordes históricos do STF em número de réus e volume do processo
Foto: Nelson%20Jr./SCO/STF
O segundo dia começou com a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele teve cinco horas para expor as acusações contra 36 dos 38 réus
O segundo dia começou com a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele teve cinco horas para expor as acusações contra 36 dos 38 réus
Foto: Carlos Humberto/SCO/STF
Ao fim de sua exposição, o procurador-geral da república Roberto Gurgel classificou o mensalão como
Ao fim de sua exposição, o procurador-geral da república Roberto Gurgel classificou o mensalão como "o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público no Brasil"
Foto: Carlos Humberto/SCO/STF
Também no segundo dia, manifestantes colocaram réus do mensalão 'atrás das grades' na Praça dos Três Poderes
Também no segundo dia, manifestantes colocaram réus do mensalão 'atrás das grades' na Praça dos Três Poderes
Foto: Agência Brasil
No 3º dia do julgamento, foi a vez dos advogados de defesa dos cinco primeiros réus: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério e Ramon Hollerbach
No 3º dia do julgamento, foi a vez dos advogados de defesa dos cinco primeiros réus: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério e Ramon Hollerbach
Foto: Fellipe%20Sampaio/SCO/STF
Para o advogado do ex-ministro José Dirceu, a acusação do MP apresenta
Para o advogado do ex-ministro José Dirceu, a acusação do MP apresenta "frases de efeito", mas não prova que houve o mensalão
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
O advogado de José Genoino alegou que mensalão ‘não faz sentido’ e comparou a acusação ao 'direito penal nazista'
O advogado de José Genoino alegou que mensalão ‘não faz sentido’ e comparou a acusação ao 'direito penal nazista'
Foto: STF%20/%20Divulga%C3%A7%C3%A3o
O advogado de Delúbio Soares apresentou a tese de que houve caixa 2 e que seu cliente não nega o fato
O advogado de Delúbio Soares apresentou a tese de que houve caixa 2 e que seu cliente não nega o fato
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
O advogado de Marco Valério negou que haja prova de desvio ou apropriação de recursos públicos nos autos
O advogado de Marco Valério negou que haja prova de desvio ou apropriação de recursos públicos nos autos
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
No 3º dia de julgamento, o ministro do STF Gilmar Mendes demonstrou cansaço durante fala de um dos advogados
No 3º dia de julgamento, o ministro do STF Gilmar Mendes demonstrou cansaço durante fala de um dos advogados
Foto: André Coelho / Agência O Globo
Também no 3º dia, o ministro relator Joaquim Barbosa também é flagrado de olhos fechados em sinal de cansaço
Também no 3º dia, o ministro relator Joaquim Barbosa também é flagrado de olhos fechados em sinal de cansaço
Foto: André Coelho / Agência O Globo
Último a falar, o advogado do sócio de Marcos Valério, Ramon Hollerbach, apresenta defesa no plenário do STF
Último a falar, o advogado do sócio de Marcos Valério, Ramon Hollerbach, apresenta defesa no plenário do STF
Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF
No 4º de julgamento, foi a vez da defesa do chamado
No 4º de julgamento, foi a vez da defesa do chamado "núcleo publicitário". O primeiro a falar foi o advogado de Cristiano de Mello Paz, ex-sócio de Marcos Valério na agência SMP&B
Foto: Beto/Estado
O defensor de Rogério Tolentino, considerado o réu mais próximo do Banco Rural, tentou descolar a imagem de seu cliente da do publicitário Marcos Valério
O defensor de Rogério Tolentino, considerado o réu mais próximo do Banco Rural, tentou descolar a imagem de seu cliente da do publicitário Marcos Valério
Foto: Ag/STF
O advogado da ex-diretora administrativa da SMP&B Simone Vasconcelos chegou a apelar para a novela Avenida Brasil, da Rede Globo, e para trecho da música de Chico Buarque na defesa
O advogado da ex-diretora administrativa da SMP&B Simone Vasconcelos chegou a apelar para a novela Avenida Brasil, da Rede Globo, e para trecho da música de Chico Buarque na defesa
Foto: Carlos/Humberto/SCO/STF
O defensor de Geiza Dias afirmou que a ex-gerente interna da SMP&B não tinha autonomia dentro da empresa
O defensor de Geiza Dias afirmou que a ex-gerente interna da SMP&B não tinha autonomia dentro da empresa
Foto: Fellipe/Sampaio/SCO/STF
No 5º dia, Thomaz Bastos voltou ao plenário do julgamento para defender o ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado. Ele afirmou que os empréstimos concedidos ao publicitário Marcos Valério eram legais
No 5º dia, Thomaz Bastos voltou ao plenário do julgamento para defender o ex-vice-presidente do Banco Rural José Roberto Salgado. Ele afirmou que os empréstimos concedidos ao publicitário Marcos Valério eram legais
Foto: Agência Brasil
No 5º dia, último dos cinco advogados de defesa a fazer sua sustentação oral, o advogado de Kátia Rabello negou qualquer participação dela no esquema
No 5º dia, último dos cinco advogados de defesa a fazer sua sustentação oral, o advogado de Kátia Rabello negou qualquer participação dela no esquema
Foto: Fellipe%20Sampaio/SCO/STF
A defesa do ex-diretor do Banco Rural Vinícius Samarane alegou que a acusação trata a “rotina bancária como crime”
A defesa do ex-diretor do Banco Rural Vinícius Samarane alegou que a acusação trata a “rotina bancária como crime”
Foto: Divulgação STF
A%20defesa%20da%20ex-diretora%20do%20Banco%20Rural%20Ayanna%20Ten%C3%B3rio%20destacou%20em%20sua%20exposi%C3%A7%C3%A3o%20que%20ela%20n%C3%A3o%20atuava%20na%20%C3%A1rea%20financeira%20do%20banco

Foto: Nelson%20Jr./SCO/STF
O advogado de João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados pelo PT, disse que o réu é inocente e chama as acusações de 'fantasmagóricas'
O advogado de João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados pelo PT, disse que o réu é inocente e chama as acusações de 'fantasmagóricas'
Foto: Divulgação STF
Dois advogados fizeram a defesa do ex-ministro Luiz Gushiken, excluído da denúncia do procurador-geral da República
Dois advogados fizeram a defesa do ex-ministro Luiz Gushiken, excluído da denúncia do procurador-geral da República
Foto: SCO/STF
Os dois advogados, que falaram por cerca de 30 minutos cada, criticaram a denúncia original apresentada pelo Ministério Público e disseram que Gushiken é inocente
Os dois advogados, que falaram por cerca de 30 minutos cada, criticaram a denúncia original apresentada pelo Ministério Público e disseram que Gushiken é inocente
Foto: SCO/STF
O advogado de Henrique Pizzolato alegou que seu cliente não tinha autonomia para tomar decisões individualmente no seu cargo de ex-diretor de marketing do Banco do Brasil
O advogado de Henrique Pizzolato alegou que seu cliente não tinha autonomia para tomar decisões individualmente no seu cargo de ex-diretor de marketing do Banco do Brasil
Foto: Agência STF
O%20advogado%20de%20Pedro%20Corr%C3%AAa%20disse%20que%20o%20nome%20de%20seu%20cliente%20s%C3%B3%20se%20encontrava%20na%20den%C3%BAncia%20por%20conta%20de%20sua%20posi%C3%A7%C3%A3o%20de%20lideran%C3%A7a%20no%20PT%20e%20negou%20a%20exist%C3%AAncia%20do%20mensal%C3%A3o

Foto: Gerv/Baptista/SCO/STF
A defesa do ex-deputado Pedro Henry disse que bastava 'trocar o nome do réu' ao se referir à defesa de Pedro Côrrea
A defesa do ex-deputado Pedro Henry disse que bastava 'trocar o nome do réu' ao se referir à defesa de Pedro Côrrea
Foto: SCO/STF
O advogado do ex-assessor de José Janene (PP) afirmou que seu cliente desconhecia a origem e o destino ilícito do dinheiro que passava por ele
O advogado do ex-assessor de José Janene (PP) afirmou que seu cliente desconhecia a origem e o destino ilícito do dinheiro que passava por ele
Foto: SCO/STF
A defesa do sócio da corretora Bonus-Banval, Enivaldo Quadrado, contestou as acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
A defesa do sócio da corretora Bonus-Banval, Enivaldo Quadrado, contestou as acusações de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Foto: SCO/STF
A defesa do ex-presidente do PL (hoje PR) Valdemar Costa Neto disse que seu cliente recebeu repasses do PT
A defesa do ex-presidente do PL (hoje PR) Valdemar Costa Neto disse que seu cliente recebeu repasses do PT
Foto: Nelson%20Jr./SCO/STF
Em defesa de Carlos Alberto Quaglia, o defensor público pediu a anulação de parte do processo
Em defesa de Carlos Alberto Quaglia, o defensor público pediu a anulação de parte do processo
Foto: SCO/STF

A versão de Jefferson para o recebimento de R$ 4 milhões é semelhante às demais apresentadas por outros réus, como Marcos Valério, Delúbio Soares e até José Dirceu.

Além de Jefferson, o Supremo Tribunal Federal (STF) ouvirá na segunda-feira as defesas do ex-deputado federal Carlos Alberto Rodrigues Pinto (o bispo Rodrigues), apontado como beneficiário de R$ 50 mil; do ex-tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, acusado de ter intermediado os pagamentos supostamente determinados por Roberto Jefferson; do ex-deputado federal Romeu Queiroz, apontado de ter supostamente ajudado na cooptação de deputados federais do PTB e do ex-deputado e ex-líder do PTB, José Borba, listado como beneficiado do pagamento de R$ 2,1 milhões para articular apoio do PMDB na aprovação de projetos do governo.

 

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