Serra e Haddad viram alvos em segundo debate na televisão

Serra e Haddad viram alvos em segundo debate na televisão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:10

O segundo debate na televisão entre candidatos à Prefeitura de São Paulo foi marcado por uma subida no tom das críticas. Embora os candidatos em melhor posição  nas pesquisas tenham optado por se concentrar no discurso propositivo, os postulantes com dificuldade de decolar nas intenções de voto se encarregaram de endurecer as críticas no confronto realizado pela Rede TV! e pelo jornal Folha de S.Paulo

Os ataques mais incisivos foram voltados ao tucano José Serra e ao petista Fernando Haddad.     O candidato do PRB, Celso Russomanno, por sua vez, lidou com tentativas do petista de polarizar o debate em áreas como os transportes. Além disso, empenhou-se em se desvencilhar do elo direto com a igreja evangélica. 

Participaram do encontro oito candidatos - além de Russomanno, Serra, Haddad, estiveram presentes também Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT), Soninha Francine (PPS), Levy Fidelix (PRTB) e Carlos Gianazzi (PSOL).

Logo no primeiro bloco, após alguns minutos, Chalita abriu a troca de ataques ao se voltar contra Serra. Desafeto de ex-prefeito desde os tempos em que integrava o governo estadual do PSDB em São Paulo, Chalita atacou o fechamento de escolas na administração do tucano, que respondeu: “Eu fico espantado com a facilidade com que o candidato falta com a verdade”.

Chalita ainda resgatou denúncias da campanha presidencial de 2010. \"Eu não tenho histórico de mentiroso. Não fui eu que disse que não conhecia Paulo Preto\", disse, em referência à relação entre o tucano e Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, suspeito de ter fugido com R$ 4 milhões em recursos da campanha tucana.

Ao abrir um embate direto com o líder nas pesquisas, Haddad questionou Russomanno sobre seus planos para o transporte público na capital, citando um dos carros chefes da campanha petista – o Bilhete Único mensal. Russomanno devolveu a pergunta e aproveitou a oportunidade para ironizar a ideia de Haddad. “Eu não sou contra a proposta (do bilhete mensal), desde que ela fosse viável. Eu não consegui entender quem vai pagar essa conta, o consumidor ou o poder público”, disse.

A candidata do PPS, Soninha Francine também centrou suas críticas em Haddad: \"E o Maluf, Haddad?\", provocou, numa referência à polêmica aliança entre o ex-ministro e o ex-prefeito pepista. \"Eu não sei se você tem encontrado com ele\", ironizou Haddad, ao responder à adversária. \"Eu faço aliança com partidos políticos e disse desde o começo que vou fazer aliança com todos os partidos da base da presidenta Dilma\", completou Haddad.

Mais adiante, Giannazi voltou a tecer críticas a Serra, desta vez ao falar sobre o modelo de organizações sociais na gestão da saúde. “É acabar com a privataria tucana na saúde, com a privatização tucana da saúde”, disse. 

Líder nas pesquisas, Russomanno escapou dos ataques mais acirrados. Ao ser questionado por jornalistas, pode voltar a dizer que não representa apenas a igreja evangélica na corrida municipal. “O meu partido é constituído por 80% de católicos ou outras religiões”. “20% são evangélicos, e só 6% são da Igreja Universal”, afirmou. “O fundador do partido, José Alencar, era católico fervoroso.” Ao comentar a resposta, Serra evitou atacar o rival: \"Eu acho que essa é uma questão que tem a ver com o Russomanno e sua identidade\".

Em uma das alfinetadas de que foi alvo, Russomanno se defendeu da afirmação de Paulinho da Força de que seria contra a construção do estádio do Corinthians. \"Estou sendo vítima de um massacre porque estou em primeiro lugar nas pesquisas\", disse o candidato do PRB.

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Antes mesmo do início do debate, na chegada aos estúdios da RedeTV!, os representantes dos partidos menores adotaram um discurso mais agressivo. Enquanto isso, os líderes nas pesquisas falavam em propostas.

“Eu não vou por esse caminho. Ataques não constroem cidadania”, disse Russomanno. Haddad, por sua vez, preferiu falar sobre seu programa de governo. “Eu não miro ninguém. Miro o voto”, brincou.

Chalita também evitou ataques na chegada, apesar de ter subido o tom no primeiro bloco. “Sabemos que o eleitor acaba se decidindo mais adiante. Esta é uma eleição que vai ser decidida no final”, afirmou.

Levy Fidelix questionou as pesquisas e chegou a citar uma sondagem interna, feita pelo instituto New Sense, em que ele apareceria com 5,7% das intenções de voto. E negou que faça algum tipo de “dobradinha” com outro candidato. “Não sou de fazer qualquer tipo de acordo. Meu acordo é com o povo de São Paulo.”

Já Gianazzi citou o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), alfinetando o PT de Haddad, e também o que qualificou como incoerências de Serra. “Conheço todas as contradições do Serra. Sei o que ele fez no último verão e vou colocar isso no debate. E vamos falar de corrupção também, de mensalão”, prometeu.

Paulinho também alfinetou os adversários e chegou a dizer que pediria mais explicações de Haddad sobre a proposta do Bilhete Único mensal. “Ele tem que explicar melhor isso. Não ficou claro quanto é, se é de graça”, disse.

Pesquisas

O debate desta segunda é o primeiro após o início do horário eleitoral gratuito e depois das mudanças nas pesquisas de intenção de voto. No primeiro debate na televisão, realizado pela Band em 3 de agosto, o líder da disputa era Serra, seguido de Russomanno. Agora, o candidato do PRB é o primeiro colocado , enquanto Fernando Haddad se aproxima do segundo lugar de Serra.

O primeiro embate entre os candidatos paulistanos foi morno, e os principais alvos foram a atual gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) e a aliança entre o PT e o PP, de Paulo Maluf.

Até o primeiro turno das eleições, dia 7 de outubro, os candidatos se enfrentaram em mais quatro debates pela televisão. O próximo será no dia 17, promovido pela TV Cultura em parceria com o jornal O Estado de S.Paulo e o Youtube. Depois, a TV Gazeta, no dia 24, a TV Record, no dia 1º, e a TV Globo, no dia 4, realizarão os embates eleitorais.

*Com reportagem de Fábio Matos e colaboração de Rafael Romer, iG São Paulo

 

 

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