Ricardo Galhardo, iG São Paulo
Pré-candidato tucano em SP defendeu a inclusão de temas religiosos no debate eleitoral
Dirigentes petistas reagiram duramente às declarações do pré-candidato tucano à prefeitura de São Paulo, José Serra, que defendeu a inclusão de temas religiosos no debate eleitoral. O presidente municipal do PT, Antonio Donato, disse que Serra apela a temas religiosos para fugir do debate sobre a administração Gilberto Kassab (PSD), ex-vice do tucano.
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“A campanha do PT vai discutir a cidade. Talvez o governador queira fugir de um assunto difícil que é defender a gestão Kassab”, disse Donato.
Em entrevista ao Programa Amaury Jr., Serra defendeu a inclusão de temas religiosos na pauta eleitoral. “Se a pessoa tem uma religião e quer discutir princípios é legítimo que o faça. Devemos respeitar e dar a elas o direito de se manifestar. Do contrário, seria autoritarismo”, disse o tucano.
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Segundo Donato, o comando da campanha de Fernando Haddad (PT) – que já foi alvo de ataques de grupos católicos por conta do kit anti-homofobia adotado pelo petista no Ministério da Educação – não vai mudar a estratégia por conta de uma possível “guerra santa” eleitoral.
O presidente nacional do partido, Rui Falcão, refutou o risco eleitoral, mas usou palavras duras para lembrar que a campanha de Serra apelou para temas religiosos como aborto e direitos homossexuais na reta final do primeiro turno da disputa presidencial de 2010. “Respeito todas as religiões. O direito de liberdade de crença é uma garantia constitucional, mas eu não gostaria de ver repetida aquela campanha fundamentalista, reacionária, direitista, obscurantista que ele promoveu durante a disputa com a presidenta Dilma”, disse.
Já o presidente estadual do PT, Edinho Silva, que no ano passado teve um programa cancelado pela TV Canção Nova devido a pressões de grupos católicos de extrema direita, disse que a inclusão de temas religiosos no debate eleitoral é um retrocesso e não combina com a imagem de democrata construída por Serra ao longo de décadas. “Não digo nem que seja um retrocesso eleitoral. É um retrocesso democrático”, disse Edinho, que iniciou a militância política nas comunidades eclesiais de base da Igreja Católica.
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