Pedro Venceslau e Rafael Abrantes
Partidos da coligação de Marcio Lacerda (PSB) deflagram campanha contra presidenta na capital mineira
Na reta final da disputa em Belo Horizonte, o comando da campanha de Marcio Lacerda (PSB) adotou uma estratégia ousada e inédita: atacar a presidenta Dilma Rousseff. A ofensiva foi deflagrada para anular o efeito da visita que ela pretende fazer à capital mineira para reforçar a campanha de Patrus Ananias (PT) e forçar um segundo turno.
A senha foi dada pelo senador Aécio Neves (PSDB) na última quarta-feira, quando ele acusou a presidenta de “maltratar” Minas Gerais ao vetar o aumento dos royalties da mineração, o que impediu que o Estado e municípios arrecadassem mais R$ 300 milhões das mineradoras.
Apesar dessa questão não afetar diretamente a cidade, o tema incendiou o campanha e deixou o candidato petista na defensiva. Segundo apurou o Brasil Econômico, a estratégia é apelar para o sentimento de orgulho e “mineiridade”.
A ideia, porém, é preservar Marcio Lacerda da ofensiva, deixá-la fora da propaganda na TV e dar a missão para os líderes dos partidos aliados, especialmente o PSDB. “Assim como Joaquim Silvério dos Reis (delator de Tiradentes), Fernando Pimentel (ministro do Desenvolvimento e ex-prefeito de BH) e Patrus Ananias são traidores dos interesses de Minas. Eles se renderam à coroa, que no caso é representada pela presidente Dilma”, disse ao Brasil Econômico o deputado federal Marcus Pestana, presidente do PSDB-MG.
“O PSDB tem usado o que é lógico e não lógico politicamente nesta disputa eleitoral. O PSDB em Minas construiu uma lógica em 2014, citando o julgamento do mensalão e agora os royalties do minério.”, rebateu a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), que integra o comando da campanha de Patrus.
Questionado sobre o veto, Patrus Ananias defendeu a posição da presidenta da República e disse que o veto é bom para os interesses de Minas Gerais. Ele afirmou que a presidenta “recebeu um apelo da Associação Mineira de Municípios e da Associação Brasileira de Municípios(ABM), da área de mineralogia, pedindo o veto”.
Patrus acredita que a prioridade deve ser a criação de um marco regulatório. Se a presidenta confirmar sua participação no ato petista marcado para sábado em Belo Horizonte, ela encontrará na cidade um clima hostil.
“O senador Aécio (ao atacar a presidenta Dilma) está contrariando sua própria estratégia inicial de querer desnacionalizar a campanha eleitoral”, completa Jô Moares.
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