'A água batia na minha cintura', diz frentista após chuva que atingiu Rio

'A água batia na minha cintura', diz frentista após chuva que atingiu Rio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:46

Frentista passou toda a noite no posto de gasolina onde trabalha (Foto: Thamine Leta/ G1)

  “A água batia na minha cintura, tive que ficar na escada para não ficar no meio do rio que virou a Praça da Bandeira”, contou o frentista Françuilis Pascoal, que estava trabalhando em um posto da Praça da Bandeira, na Zona Norte, um dos lugares mais atingidos pela chuva da noite de segunda (25).

“Começou a chover umas 21h aqui. A água inundou tudo e eu não consegui ir pra casa, tive que ficar na escada e depois descansei um pouco no escritório. Agora estamos limpando todo o estrago. É muita lama”, comentou. O posto em que Françuilis trabalha é um dos poucos que funcionam no bairro.

Corpo resgatado

Dona Nair limpa os estragos da chuva (Foto: Thamine Leta/ G1)

  O temporal começou ainda na noite de segunda e se estendeu pela madrugada. Os bombeiros informaram ter resgatado um corpo nas imediações da Praça da Bandeira. Após o temporal, a cidade entrou em estágio de atenção, de acordo com boletins do Alerta Rio. Segundo o órgão, há a possibilidade de chuva moderada a ocasionalmente forte nesta manhã. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informa que a previsão é de tempo parcialmente nublado, passando a nublado, mas com pancadas de chuvas isoladas.

A doméstica Nair Loureiro estava desde as 7h retirando lama do edifício em que trabalha. A água invadiu a portaria do prédio e alcançou o primeiro andar. “Os patrões saíram para trabalhar e me pediram para limpar tudo. Não é a primeira vez, nem me surpreendo. Falam que fazem obra, mas sempre que chove temos que conviver com isso”, contou.

Além da Praça da Bandeira, a Avenida Maracanã, na Tijuca, também foi muito afetada pelos estragos da chuva. Além de muita lama, o lixo também invadiu as ruas, obrigando a Guarda Municipal a interditar as áreas mais críticas. Muitos caminhões da Comlurb trabalham para retirar a lama no local.

Voltou a chover durante a manhã

Voltou a chover em alguns pontos do Rio na manhã desta terça-feira (26).

Rua interditada na Praça da Bandeira por causa dos estragos do temporal de segunda (25) (Foto: Thamine Leta/ G1)

  No Centro, a Rua do Senado segue completamente alagada nesta manhã. Já na Zona Norte, os principais alagamentos são na Quinta da Boa Vista e no Maracanã, na Zona Norte.

Cefet suspendeu aulas

Ainda no Maracanã, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) suspendeu as aulas nesta terça depois que as salas do primeiro andar ficaram alagadas. No segundo andar, a lama complica o acesso ao local. A orientação da direção é que alunos acompanhem pelo site se haverá aulas na quarta-feira (27), já que ainda há vários bolsões d'água no entorno da unidade.     O Alerta Rio informa que a chuva forte que atingiu a capital na noite de segunda-feira (25) e na madrugada de terça-feira (26) acumulou 274 mm, em um período de nove horas,  apenas na estação pluviométrica Tijuca/Muda. A mesma estação registrou, às 21h de segunda, o terceiro maior pico de chuva desde a criação do Alerta Rio, em 1997, com um acúmulo de 99,6 mm de chuva por hora.

As estações pluviométricas com maior incidência de chuva nas últimas 24h foram: Tijuca/Muda (274,2 mm), Tijuca (218,2 mm) e Grajaú (185,0 mm), na Zona Norte.

Risco de escorregamento

O Centro de Operações informa que a probabilidade de escorregamento é muito alta nas encostas da região da Grande Tijuca, Andaraí, Lins, Grajaú, Rio Comprido e Alto da Boa Vista. A orientação da Defesa Civil é para que as pessoas que moram em áreas de risco se dirijam a pontos de apoio em locais seguros e permaneçam lá até a chuva parar.

A Defesa Civil do Rio registrou quatro deslizamentos de terra na noite desta segunda em favelas da Zona Norte, durante a chuva forte que atingiu a cidade. Segundo o Centro de Operação da Prefeitura do Rio, os deslizamentos aconteceram nas comunidades JK, Borel, Andaraí e Chacrinha. Não houve vítimas.      

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