Um morador em situação regular do condomínio Ferrara , em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, afirmou, durante a ação de despejo de invasores na manhã deste quinta-feira (26), que a população do local vive sob ameaça de milicianos. Ele não quis se identificar.
A gente vive com medo. Eles (milicianos) vivem dizendo que vai ter mais invasão. A gente sabe que os que estão saindo estão planejando voltar, disse ele.
O secretário municipal de Habitação, Jorge Bittar, confirmou a informação. A secretaria tem recebido denúncias de grupos armados andando pelo condomínio, contou.
Moradores com caminhão cheio para a mudança (Foto: Lilian Quaino)
Ele esteve presente na ação de despejo nesta manhã e ouviu os protesto dos moradores. A desocupação dos imóveis do programa Minha casa, minha vida é fruto de uma ação de reintegração de posse a favor da prefeitura do Rio.
Equipes da prefeitura do Rio, com o apoio da Polícia Militar e Federal, iniciaram a ação às 10h desta quinta. A prefeitura disponibilizou seis caminhões para a mudança e os servidores ajudam as famílias a embalarem seus pertences para colocá-los nos caminhões.
Despejados receberão aluguel social
Morador usa carroça para fazer mudança (Foto: Jadson Marques/AE)
Os invasores despejados no condomínio deverão ter como compensação a inclusão no cadastro do programa Minha Casa Minha Vida, com o aluguel social de R$ 400, ou a permanência em abrigos da prefeitura, segundo informou o secretário.
Apesar dos protestos, a operação segue sem maiores tumultos. Alguns moradores, como Rômulo Souza Lima, que confirmou não ter documentos de propriedade do imóvel, preferiram fazer suas próprias mudanças. Ele tem dois filhos e vai para casa da mãe perto do condomínio. Rômulo negou a ação de milicianos na região.
"Aqui não tem nada de milícia não. A gente vaio para cá para fugir de alguel. É claro que a gente sempre tentou pagar. Agora vou pensar no que vou fazer, disse ele.
Assessores da secretaria dizem que a operação prossegue até quando for preciso, para a retirada dos 143 invasores. As famílias invasoras foram notificadas na quarta-feira (25) e tinham prazo de 24 horas para sair dos apartamentos do condomínio.
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