A flechada de "Robin Hood", que colocou os franceses como vilões da história logo na abertura do Festival de Cannes, foi só um aperitivo. Mesmo antes de sua primeira exibição, marcada só para sexta-feira da outra semana, o filme "Hors la loi" (fora-da-lei), do diretor franco-argelino Rachid Bouchareb, vem causando desconforto ainda maior no evento.
O filme evoca os massacres cometidos pelo exército francês em 1945 na Argélia e foi descrito por um deputado de extrema-direita da França, Lionnel Luca, como "anti-francês".
Em comunicado divulgado na manhã desta quinta-feira (13), Bouchareb defendeu-se das críticas dizendo que elas têm partido de "pessoas que não viram o filme".
""Hors la loi" é uma obra de ficção, uma saga que conta a história de três irmãos argelinos e sua mãe por um período de mais de 30 anos, de meados dos anos 1930 até a independência da Algéria em 1962", escreve o diretor.
"O cinema precisa estar em uma posição de poder abordar todos os tipos de assunto. Eu fiz o filme como um cineasta, com minhas próprias sensibilidades, sem forçar ninguém a compartilhá-las. Depois das exibições virá a hora do debate público." E acrescentou: "Profundamente ligado à liberdade de expressão como sou, me parece normal que certas pessoas não concordem com o meu filme, mas eu espero que esse desacordo possa ser expressado em uma atmosfera calma, como parte de uma troca serena de ideias".
Parte da competição oficial pela Palma de Ouro, o "Hors la loi" tem sessões no dia 21 de maio. "Espero que a exibição ocorra em um clima de respeito mútuo e calma", concluiu em nota Bouchareb.
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