A jovem Agata Luana Roque, de 15 anos, que foi espancada por duas estudantes dentro de uma escola estadual em Limeira (SP), voltou a receber ameaça de agressão, desta vez por telefone celular. Na noite de domingo (20), de acordo com a mãe, a garota atendeu uma chamada com número restrito em que uma voz feminina disse que o "pesadelo" dela iria recomeçar. "Minha filha, que estava se recuperando aos poucos do trauma, voltou a ficar com medo do que pode acontecer", relatou a vendedora Edineia de Marco, de 33 anos, mãe da adolescente.
A agressão ocorreu em um corredor da Escola Estadual Castelo Branco na manhã do dia 9 deste mês. Agata foi atacada por duas alunas do mesmo colégio, de 14 e 15 anos, e sofreu ferimentos no rosto, além de ter o cabelo cortado com uma tesoura e sofrido traumatismo craniano. Na avaliação do pai, o jornalista José Carlos Roque Júnior, de 39 anos, ela foi espancada por estar há pouco tempo na escola e por ser bonita, o que teria causado inveja.
Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que uma das agressoras será transferida do estabelecimento de ensino. A outra, a de 14 anos, que tem registro policial por crimes semelhantes, continua internada em uma unidade da Fundação Casa na capital paulista. A mãe da adolescente espancada disse nesta terça-feira (22) que busca vaga em outro colégio público para rematricular a filha, que não voltará a frequentar a escola Castelo Branco.
Família preocupada
A ligação ao celular da adolescente deixou toda a família preocupada. Como não foi possível registrar o número do telefone, a mãe acredita que seja mais difícil localizar a origem da chamada. Apesar disso, a vendedora afirmou que deve procurar a Polícia Civil nesta quarta-feira (23) para registrar boletim de ocorrência sobre a nova ameaça.
O espancamento de Agata foi gravado em vídeo e compartilhado pela internet e pelo WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens via celular). A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Limeira concluiu a investigação e enviou a documentação à Vara da Infância e da Juventude na quinta-feira (17). A titular da DDM, Andréa Rachid Arnosti, disse que a filmagem da violência, a exemplo da agressão, também foi premeditada.
De acordo com a delegada, outras três adolescentes de 14 anos que teriam gravado a ação com celular foram ouvidas e uma assumiu que filmou a briga a mando das outras duas jovens que iniciaram a briga. A juíza da Vara da Infância ainda não se pronunciou sobre o caso, que deve correr sob segredo de Justiça por envolver menores de 18 anos. Por telefone, o G1 entrou em contato com a agressora de 15 anos, que disse que não comentaria o assunto.
Resposta da Educação
A Diretoria Regional de Ensino de Limeira, por meio de assessoria de imprensa, informou que a apuração preliminar sobre o caso registrado na Escola Estadual Castelo Branco está em curso e que funcionários e alunos são ouvidos para que sejam averiguadas as responsabilidades.
"Além disso, uma das agressoras será transferida para uma outra unidade de ensino, de acordo com definição do Conselho de Escola, formado por corpo escolar e comunidade. A Diretoria de Ensino está em contato constante com a mãe e continuará a fazer um trabalho de acompanhamento da aluna", informou a Secretaria Estadual da Educação.
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