"Ainda não apareceu ninguém que substituísse os Mamonas Assassinas"

"Ainda não apareceu ninguém que substituísse os Mamonas Assassinas"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:37

Tudo começou com uma pesquisa para um filme de ficção, quando o produtor e documentarista Cláudio Khans percebeu que a vida dos Mamonas Assassinas também renderia um bom documentário. “Tínhamos imagens de arquivo muito boas, registros feitos por eles, pelas famílias, além de depoimentos de familiares, amigos e pessoas que trabalhavam com eles”, conta o diretor em entrevista ao UOL Cinema .

O resultado desse trabalho é o documentário “Mamonas pra Sempre”, que há dois anos faz uma carreira em festivais e que chegou ao circuito comercial na última semana, com uma pequena diferença: “Esta versão que estreia é um pouco diferente daquela exibida em mostras, o som está bem melhor”.

Khans promete que, após o lançamento deste filme, pretende retomar o longa de ficção sobre o mesmo tema no qual trabalha há alguns anos. “Eu tenho várias versões de roteiro prontas, e voltarei a trabalhar nesse filme também. A trajetória dos Mamonas é muito rica, há espaço para mais de um longa sobre eles”.

Para o diretor, até hoje a banda irreverente não teve um substituto à altura, por isso ainda é tão conhecida, especialmente pelas crianças. “Acho que os comediantes do Pânico são quem chegam mais perto daquele humor escrachado”.

TRAILER DO FILME "MAMONAS PRA SEMPRE" Trailer do filme ''Mamonas pra Sempre'' O diretor conta que se surpreendeu ao descobrir como os Mamonas ainda estão tão vivos na memória das pessoas - mesmo 15 anos após o acidente que matou todos os seus integrantes. “Eles são sucesso na internet. Em festinhas de criança até hoje tocam as músicas deles. E pensar que essas mesmas crianças nem eram nascidas quando a banda acabou. É um fenômeno mesmo”, atesta.

Para fazer o documentário, Khans contou com o apoio das famílias de alguns dos membros da banda, que além de ceder imagens pessoais, deram entrevistas, e também depoimentos do produtor musical Rick Bonadio, que descobriu os Mamonas, e do empresário Samy Elia.

“Reviver a trajetória deles foi redescobrir uma parte da cultura pop brasileira”, afirma o diretor, confessando que, na época do auge do grupo, “não dava muita bola para eles”.

O único pedido dos familiares de Dinho e sua trupe foi que o diretor abordasse o acidente fatal com respeito. “Mas isso nem precisavam pedir. Eu já tinha decidido que o acidente não seria o assunto mais importante do filme, que é para celebrar a vida, e que eu iria tratar da questão com todo cuidado”, ressalta. “A morte deles foi um impacto muito grande, e a mídia se aproveitou demais do assunto na época. Eu não queria fazer o mesmo, não queria transformar o documentário em algo sensacionalista”.

Agora, Khans planeja lançar um documentário que sobre o ator José Lewgoy, que já foi exibido em festivais, e produz uma série de cinco documentários sobre o Estado Novo, com a direção de Eduardo Escorel. “Pesquisamos na França, Alemanha e Estados Unidos um material inédito sobre a época, e encontramos coisas bastante interessantes. Os filmes não são apenas sobre os aspectos políticos, mas também sobre a sociedade, a cultura e a forma como o Brasil se relacionava com o mundo”.        

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