Alencar volta a defender desenvolvimento de arma nuclear com fins pacíficos

Alencar volta a defender desenvolvimento de arma nuclear com fins pacíficos

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:24

O presidente em exercício, José Alencar, voltou a defender hoje o desenvolvimento de artefatos nucleares como mecanismo de dissuasão. Segundo ele, mesmo as armas podem ter fins pacíficos.

''Alguns países defendem que o próprio artefato nuclear é instrumento de dissuasão'', disse Alencar, quando chegava ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para uma bateria de exames e sessão de quimioterapia. ''Eu vejo a energia nuclear para fins pacíficos.''

Ele defendeu também a posição brasileira de valorizar o diálogo em relação ao programa nuclear do Irã. ''É um isolamento a favor do diálogo.''

De acordo com ele, o Irã é ''um país de responsabilidades'' por ser o berço da civilização ocidental. ''O nome do nosso país cresceu. É mais uma amostra que é um país a favor da paz'', disse.

Sobre as críticas à posição brasileira, o presidente em exercício disse que ''naturalmente, há países que são mais céticos em relação ao Irã''.

Acordo

Brasil e Turquia mediaram um acordo com o Irã, no dia 17 em Teerã, segundo o qual Teerã enviará ao exterior 1.200 quilos de seu urânio de baixo enriquecimento em troca de 120 quilos de combustível nuclear para um reator de pesquisas médicas no país.

Tanto Brasil como Turquia definiram o acordo como avanço das negociações e um sinal claro de que não havia necessidade das sanções.

As potências reagiram com ceticismo ao acordo e os Estados Unidos afirmaram que era apenas uma estratégia do Irã para tentar se esquivar de novas sanções. Os países argumentaram ainda que o acordo não inclui o fim do enriquecimento de urânio a 20% em território iraniano, o que vai contra resolução do próprio conselho.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu nesta quarta-feira que haverá um retrocesso na questão nuclear iraniana se o Conselho de Segurança da ONU não tiver disposição para negociar uma saída diplomática.

''Agora depende do Conselho de Segurança da ONU sentar-se com disposição para negociar, pois se você se senta sem vontade de negociar, vai haver um retrocesso'', disse Lula, durante uma conferência sobre a economia brasileira em Madri.

As declarações de Lula vêm um dia depois dos Estados Unidos apresentarem ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) uma proposta de sanções contra o programa nuclear do Irã.

As novas sanções contam com o apoio da Rússia e China, os membros permanentes mais relutantes do Conselho de Segurança.

Uma quarta rodada de sanções seria uma derrota aos esforços diplomáticos do Brasil, que conseguiu, junto a Turquia, um acordo nuclear com Irã.

Por Daniel Roncaglia

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