Aluno diz que jogador inspirou 'corte moicano' alvo de ação judicial

Aluno diz que jogador inspirou 'corte moicano' alvo de ação judicial

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Aluno diz que corte, de 2004, imitava Davala, jogador

da Turquia. (Foto: Arquivo Pessoal)

  O cearense Renan Melo Lacerda, que ganhou na Justiça indenização de escola por alegar ter sido impedido de entrar no colégio devido ao corte de cabelo "moicano" que adotava na época, diz ter se inspirado no jogador da seleção da Turquia, Umit Davala, para fazer o corte. Davala jogou pela seleção turca na Copa de 2002. ''Meu pai me levou para fazer o mesmo corte de cabelo. Essa foi a primeira vez que fiz o corte e não tive nenhum problema com o colégio", diz.

Em 2004, o jovem resolveu fazer o corte de novo e afirma ter sido "pressionado" pela escola. "Minha 'expulsão' do colégio se deu por conta do meu corte de cabelo e não por indisciplina", garante. A decisão da 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), publicada na terça-feira (27), condenou um colégio particular de Fortaleza a pagar ao aluno indenização de R$ 3 mil por "constrangimento". A defesa da escola afirmou que já entrou com recurso e alega que o aluno foi impedido de entrar na escola por outro motivo, que não foi apontado para a reportagem. O aluno nega indisciplina.

O jovem diz não ter ficado satisfeito com o valor da indenização. Segundo Renan Lacerda, depois de várias solicitaçoes da escola para que cortasse o cabelo, ele foi barrado na portaria. "Por conta disso tive de ficar na rua enquanto conseguia falar com minha mãe e a mesma vir me buscar, quando a obrigação da escola seria no mínimo me proteger, deixando eu entrar e tentar se comunicar com minha mãe e explicar o que estava acontecendo", afirma Renan.   Defesa

O advogado da escola, José Milton de Cerqueira, disse "não achar correto" discutir o que o Tribunal de Justiça do Ceará ainda deve apreciar. Ele informou que já recorreu da decisão. "Não interessa à escola nem a mim a discussão desse tema. Naquela época (da denúncia), a concepção era uma, em que a escola era a responsável pelo aluno e tinha de se virar", diz.

A defesa da escola diz ainda que é um direito constitucional do jovem em buscar a Justiça ou mesmo recorrer da decisão e diz que não há interesse em discutir o comportamento do jovem quando ele tinha apenas 14 anos. “Vamos recorrer. Ele foi impedido de entrar por outro motivo”, disse o advogado em entrevista ao G1 esta semana.

O jovem, hoje com 22 anos, mora em São Francisco, nos Estados Unidos, e afirma ter adquirido gastrite nervosa, problemas com ansiedade, angústia e passou a fazer consultas com psicólogo.        

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