''Amamentei as duas crianças. Só fui perceber que minha filha tinha sido trocada um dia depois. Fiquei praticamente um dia inteiro com a filha errada''. Foi dessa maneira que a estudante Charlene Ferreira, 17 anos, descreveu as primeiras 24 horas que passou na maternidade em Três Corações (MG), desde sábado (1º), quando deu à luz no Hospital São Sebastião.
''Demorei um dia para perceber a diferença. A minha filha (Vitória) tinha peso diferente, o tamanho do pé também era diferente. A minha menina tinha 46 centímetros e a outra criança tinha dois centímetros a mais'', disse Charlene, que permanece internada no hospital até a conclusão do exame de DNA, que foi realizado para constatar a paternidade dos dois bebês trocados.
''Estamos fazendo esse exame por fazer, pois tenho certeza que minha filha foi trocada. Além disso, o bebê que ficou comigo no primeiro dia é a cara do pai e esse pai não é o meu marido. Por sorte, hoje estou com minha filha verdadeira'', afirmou Charlene.
A mãe da estudante, dona Ivana, disse que está ansiosa para que a filha e a neta voltem para casa. ''Não vejo a hora de vê-las em casa, fora do hospital e com a confusão resolvida''.
Investigação
A Polícia Civil de Três Corações confirmou que a pulseira de identificação de um bebê recém-nascido foi adulterada, mas o laudo do Instituto de Criminalística ainda não ficou pronto. A investigação começou depois que Charlene também percebeu uma rasura no acessório.
Sandro Urbano, marido de Charlene, disse que a pulseira tinha indícios de que foi escrita em vermelho e, depois, em azul.
O diretor do hospital, Arnaldo Afonso Monteiro, disse ao G1 que as três funcionárias que estavam de plantão foram afastadas. ''Todos vão cumprir afastamento até que o processo administrativo seja concluído. As informações preliminares que tenho é que houve rasura, mas não houve adulteração do lacre da pulseira.''
Monteiro disse ainda que não chegou a ocorrer a troca dos bebês. ''As crianças não foram trocadas. Isso não chegou a acontecer. De qualquer forma, o hospital está mantendo uma equipe multidisciplinar para acompanhar as crianças, os pais e as mães''.
Por Glauco Araújo
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