Anísio Abraão passa a noite em hospital penitenciário no Rio

Anísio Abraão passa a noite em hospital penitenciário no Rio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:17

O patrono da escola de samba Beija-Flor,Anisio Abraão David, apontado pela polícia como banqueiro do jogo do bicho, passou a noite no hospital penitenciário, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Depois de prestar depoimento, Anísio foi examinado por uma junta médica, que constatou que ele apresentava arritmia cardíaca. Ele foi levado para o local ainda na noite de quarta-feira (11).
Anísio foi preso na manhã de quarta-feira por policiais civis em frente a um laboratório médico, na esquina da Rua Joaquim Nabuco com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, em Copacabana, na Zona Sul. O advogado do acusado, Ubiratan Guedes, disse que seu cliente aguarda o julgamento de um novo habeas corpus.


De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), advogados de Anísio deram entrada no pedido de habeas corpus para o contraventor na terça-feira (10), mas o pedido ainda não foi julgado.
O carro onde Anísio estava foi fechado por uma caminhonete da Polícia Civil. Em seguida, os agentes desceram e deram voz de prisão ao acusado. A gravação das imagens foi feita por câmeras de uma cabine da Associação dos Taxistas do Posto 6.
Ao ser questionado, Anísio disse não saber o motivo de sua prisão. “Eu não sei o porquê que estou preso. Tenho que saber, eu não sei porquê”, falou.


Policial civil preso
Anísio estava acompanhado de outros dois homens, sendo um deles policial civil. Eles também foram presos. O patrono da Beija-Flor portava cerca de R$ 7.700 e US$ 180. O policial tinha um pistola, munição e algema.
"Tudo indica que esse policial fazia a segurança de Anísio", afirmou a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, instantes após a prisão do trio. "O crime é inafiançável e eles vão continuar presos", completou a delegada, acrescentando que os três foram autuados por formação de quadrilha.


Anísio Abraão era um dos alvos da Operação Dedo de Deus, deflagrada em janeiro para prender a cúpula do jogo do bicho no estado. De acordo com o corregedor da Polícia Civil, Gilson Emiliano, os agentes ainda fazem buscas a outros nomes.
"As equipes ainda estão na rua para cumprir mais sete mandados de prisão contra os envolvidos na Operação Dedo de Deus, uma vez que a decisão do desembargador Paulo Rangel revalidou os decretos de prisão preventiva contra o grupo", afirmou o corregedor.


"A polícia quer fazer um trabalho bem feito para resgatar a imagem que foi maculada pela famigerada máfia do jogo do bicho", completou Emiliano.


Prisão foi injusta, diz advogado
Mais cedo, o advogado Ubiratan Guedes, que representa Anísio, disse considerar injusta e desnecessária a prisão de seu cliente. "A prisão (de Anísio) foi totalmenteinjusta e desnecessária porque um homem de 75 anos, doente, se estivesse foragido seria numa clínica geriátrica", afirmou.
O advogado disse ainda que "a prisão de Anísio, desarmado e sem segurança, mostra a desnecessidade daquela operação que chegou a envolver até um helicóptero."
"Anísio é o glacê do bolo que a polícia preparou. Sem glacê o bolo não tem graça", disparou Ubiratan Guedes.

Operação Dedo de Deus
Anísio estava desaparecido desde o final de dezembro, quando a Polícia Civil desencadeou a operação para prender envolvidos com o jogo do bicho. NaOperação Dedo de Deus, policiais desceram de rapel de um helicóptero na cobertura que seria de Anisío, em Copacabana.


Os policiais estiveram no barracão da Beija-Flor, na Cidade do Samba, Zona Portuária, onde foram apreendidos dinheiro e computadores.
Na Operação Dedo de Deus, 44 suspeitos de envolvimento com o jogo do bicho foram presos. Entre eles o ex-prefeito de Teresópolis, Mário Tricano, que já está em liberdade. A Polícia Civil acusa Tricano, Anísio, o patrono da Imperatriz Leopoldinense Luizinho Drummond e o presidente  da Grande Rio Hélio Oliveira de formarem a cúpula do jogo do bicho no Rio.
Na casa de um parente de Hélio Oliveira, a polícia encontrou cerca de R$ 4 milhões escondidos em ralos e até nos vasos sanitários da casa de alto luxo, na Zona Oeste.


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