Após atropelamento, procuradora será investigada pelo MP do Trabalho

Após atropelamento, procuradora será investigada pelo MP do Trabalho

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

O delegado da 14ª DP (Leblon), Fernando Veloso, disse que o caso da procuradora do Ministério Público do Trabalho que teria atropelado uma empregada doméstica em Ipanema, na Zona Sul do Rio, na noite de segunda-feira (10), será investigado pelo próprio MP do Trabalho. Ela não quis prestar depoimento na delegacia. Por ser procuradora, a lei determina que ela só poderia ter sido presa em caso de crime inafiançável.

Segundo o delegado, a procuradora teria cometido os seguintes crimes: lesão corporal, direção de veículo sobre influência de álcool, possível coação de testemunhas e o agravante de omissão de socorro. Todos os crimes permitem liberação mediante o pagamento de fiança.

A vítima, uma empregada doméstica, ficou imprensada numa árvore. Segundo testemunhas, a motorista apresentava sinais de embriaguez. A vítima foi atendida no Hospital Miguel Couto, no Leblon, Zona Sul do Rio, com escoriações e liberada em seguida.

Testemunhas prestaram depoimento

Cinco funcionários de um prédio voltavam para casa por volta das 18h, quando viram um carro vindo na contramão da Rua Paul Redfern. Ele bateu num ônibus e em seguida teria atropelado a mulher que atravessava a rua. A motorista tentou entrar numa rua transversal, próximo ao Jardim de Alah.

“Ela estava atravessando e de repente veio um carro rodopiando e levou ela do nada”, contou Clenilson dos Santos, auxiliar de serviços gerais.

A procuradora foi levada para a 14ª DP (Leblon). Testemunhas contaram que ela chegou a apresentar a carteira de funcionária do Ministério Público do Trabalho para tentar intimidar algumas testemunhas.

“Ela ficava direto falando que o jogo ia mudar, que a gente era igual a pólvora: queimava e pronto. Que nada disso ia dar em nada para ela. Aí falei que seu trabalho pouco me importa. A coisa que está me importando é que você atropelou uma amiga da gente”, contou uma testemunha que não quis se identificar.

Segundo o empresário Paulo Mendonça Júnior, que viu o acidente, a motorista não saiu do carro após a colisão. “A gente batia no carro e falava para ela tirar o freio de mão, para a gente poder tirar o carro e tirar a menina, e ela não fazia nada. Quando conseguimos abaixar o vidro do carro, falamos calmamente, porque ela parecia estar em choque. Foi aí que um rapaz soltou o freio de mão e liberamos a menina. Quando ela abriu a porta e saiu do carro, saiu cambaleando e falando com a língua enrolada”, contou o empresário.

Dirigindo sem óculos

A procuradora disse que tem dez graus de miopia e estava dirigindo sem óculos no momento do acidente. Segundo a procuradora, ela entrou na contramão porque confundiu a rua.

Segundo o delegado da 14ª DP, a procuradora pediu para ir até o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame que detecta a ingestão de bebida alcoólica. Mas chegando ao IML mudou de ideia e não quis fazer o exame.

O carro da procuradora foi periciado e apreendido porque estava com o licenciamento anual de 2010 atrasado. O Conselho Nacional do Ministério Público e o procurador-geral da República serão notificados do caso.    

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições