Funcionários da construção civil que decidiram deixar o trabalho na obra de ampliação da Gerdau Açominas, em Ouro Branco (MG), após confirmação de contaminação por meningite em alojamento, regressam para a cidade de origem nesta quarta-feira (19). De acordo com a empresa Paranasa, o número de demissões chega a 400 e, à medida que a rescisões são feitas, os ex-funcionários voltam para casa.
A assessoria da construtura informou que os funcionários pediram demissão, mas, devido à situação, a Paranasa decidiu demiti-los para assegurar os benefícios trabalhistas, visto que muitos operários são originários de outras cidades. A maioria são da Região Nordeste do país. A empresa informou que as rescisões devem ser concluídas hoje, e que está arcando com os custos de trasporte e alimentação no retorno para casa.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, que atua em Ouro Branco, na Região Central do estado, não foi encontrado nesta quarta-feira (19) para falar das rescisões.
O primeiro grupo, com 40 operários, deixou a cidade na segunda-feira (17). Segundo a Paranasa, eles iniciariam atividades na empresa na data e haviam acabado de chegar à cidade.
Dois casos da doença - um com evolução para óbito - estão confirmados em Ouro Branco. A Secretaria de Estado de Saúde informou, por meio de nota, que não há risco de epidemia e nem necessidade de que os operários fiquem em observação por período de quarentena. "As populações de Ouro Branco e região devem manter a tranquilidade; o problema foi localizado, está sob controle e não há risco de epidemia". A secretaria justifica que 1,2 mil funcionários receberam medicação que, após 24h, impede a pessoa de desenvolver e transmitir a doença.
Dois casos confirmados
A Secretaria Estadual de Saúde confirmou na tarde desta terça-feira (18) dois casos de meningite na cidade de Ouro Branco, na Região Central de Minas Gerais. Um deles ocasionou a morte de um homem de 19 anos, na última sexta-feira (14). A vítima trabalhava na Paranasa, uma empresa que presta serviços a Gerdau Açominas. O outro caso registrado também é de um trabalhador da mesma empresa. O secretário municipal de Saúde de Ouro Branco, Hideraldo Belini Soares de Mello, disse que o homem está internado em um hospital da cidade.
A Gerdau Açominas divulgou nota também na tarde desta terça-feira (18) confirmando três casos da doença entre trabalhadores da Paranasa. A Secretaria de Estado explicou que os números podem estar divergentes devido a exames não terem sido concluídos no laboratório central do estado. Após a morte do colega, cerca de 400 funcionários da Paranasa pediram demissão. De acordo com informações do secretário, entre sexta-feira (14) e segunda-feira (17), 19 suspeitas de contaminação pela doença foram registradas nas duas unidades de saúde da cidade. Dezesseis pessoas com suspeita de meningite seguem internadas no município. Exames feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) vão constatar se essas pessoas que apresentaram sintomas foram contaminadas.
O secretário municipal de Saúde de Ouro Branco afirmou, ainda, que não há motivos para preocupação, pois a contaminação só ocorre em casos de contato permanente, duradouro e prolongado. Ainda segundo Mello, 1,2 mil funcionários da construtora Paranasa, responsável por obras de ampliação da usina siderúrgica, foram medicados com antibióticos até as 12h de sábado (15).
Valéria Silva e a neta foram ao hospital usando
máscara cirúrgica. (Foto: Alex Araújo/G1) O diretor presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil, Nilton Morais, confirmou que os funcionários foram imunizados. O medicamento impede o risco de contaminação após 24h de ação no organismo, de acordo com o secretário. Ele disse que não descarta a possibilidade de a bactéria ter sido levada por trabalhadores nordestinos.
Valéria da Conceição Machado da Silva, que é técnica em higiene dental, esteve na Fundação Ouro Branco (FOB) nesta terça-feira (18) para levar a neta de 10 anos ao pediatra. Ela e garota saíram prevenidas de casa usando uma máscara cirúrgica.
Alexandra ficou assustada e decidiu voltar para o
Rio de Janeiro com a neta de nove meses.
(Foto: Ricardo Soares) Por causa do medo de contágio, a cabeleireira Alexandra Queiroz resolveu deixar a cidade nesta terça-feira (18). Ela havia chegado há uma semana do Rio de Janeiro, acompanhada pela neta de nove meses. Ela contou ao G1 que soube do risco de contaminação por meningite ao procurar um hospital por causa de uma dor de garganta. A cabeleireira falou, ainda, que se arrependeu de procurar atendimento médico e que, neste caso, preferia ter ficado em casa tomando um chá.
A Secretaria de Estado de Saúde alerta que as pessoas não devem se automedicar. Caso apareça algum sintoma da doença (febre alta, dor de cabeça forte, rifgidez da nuca), um médico deve ser procurado.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições