Em meio à tragédia das chuvas que atingiu a Região Serrana do Rio de Janeiro nos últimos dias, Bruna da Silva, de 19 anos, e Átila de Lima, de 22, se casaram na noite de sábado (15), no município de Teresópolis, um dos mais atingidos. Segundo eles, 200 pessoas foram convidadas para a cermimônia, mas apenas 50 compareceram. A catástrofe preocupou a noiva:
Uma das madrinhas não veio porque a irmã está desaparecida. Fiquei com medo que ninguém viesse, contou Bruna.
O noivo não teve medo, mas lamenta o dinheiro que gastaram. Não veio nem a metade dos convidados, mas ficamos felizes pelos que compareceram. Entendemos a situação, mas a festa já estava programada, explicou o noivo.
Desde a noite de terça (11), mais de 600 pessoas morreram na Região Serrana com as chuvas que castigaram principalmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. Outros dois municípios também tiveram áreas devastadas: Bom Jardim e Areal. A Defesa Civil não descarta a possibilidade de haver vítimas fatais.
As buscas por vítimas das chuvas continuam na madrugada deste domingo nos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis. Já em Petrópolis, o Corpo de Bombeiros suspendeu o trabalho de resgate devido à falta de iluminação adequada. Em Teresópolis, a prefeitura informou que a Central de Cadastro de Desaparecidos recebeu a reclamação de que 88 pessoas estariam desaparecidas.
Corpos passam a ser identificados só por DNA
Apesar da fila de parentes que se forma diariamente na porta do Instituto Médico Legal (IML) de Teresópolis, a identificação das vítimas das chuvas só se dará por exame de DNA. A informação foi confirmada pelo juiz da 2ª vara de família de Teresópolis, José Ricardo Ferreira de Aguiar.
De acordo com ele, inicialmente, o reconhecimento era feito visualmente. Após 48h, quando os corpos começaram a entrar em decomposição, passou a ser por foto. Agora, quatro dias depois da tragédia, somente por DNA. É uma questão de saúde pública. Já foram reconhecidos 259 corpos em Teresópolis. O exame é feito e o corpo é enterrado logo em seguida, explicou o magistrado.
Ainda segundo Aguiar, o enterro é realizado mesmo sem o reconhecimento da família. Quando sair o resultado do DNA, aqueles que não reconheceram, nem sepultaram seus parentes, poderão buscar a Justiça ou o Executivo para obter confrontamento de DNA e retirar a certidão de óbito. A família também poderá fazer o translado do corpo para novo enterro, afirmou o juiz.
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