Após três dias de trabalho, nenhum dreno é instalado em Cingapura

Após três dias de trabalho, nenhum dreno é instalado em Cingapura

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:24

Dez drenos serão instalados próximo à Avenida Zaki Narchi (Foto: Letícia Macedo / G1 )

  Nenhum dos 20 drenos previstos para a retirada do gás metano presente no subsolo do Cingapura Zarki Narchi, na Zona Norte de São Paulo, havia sido instalado até o final da manhã desta quinta-feira (13). A instalação começou na terça-feira (11) e a previsão dada inicialmente pela Secretaria de Habitação era que um equipamento seria instalado por dia. Nesta quinta, no entanto, a Sehab negou que houvesse dado essa estimativa e informou que o sistema estará funcionando em 20 dias como previsto inicialmente.   O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também nega que haja atraso na instalação dos drenos. "Às vezes, na engenharia, você fala em média. Se você coloca 15 drenos em 15 dias, você pode falar na média de um por dia. Eu não quero aqui afirmar, mas eu posso tranquilizar a todos que o que foi determinado para que a Prefeitura fizesse será feito", disse Kassab.

De acordo com o engenheiro Humberto Pelliciari, nesta tarde uma máquina deverá fazer o teste para definir se os buracos serão cavados manual ou mecanicamente. “Estamos aguardando a chegada de uma máquina que fará um teste para saber se a perfuração dos poços será mecânica ou manual”, afirmou Pelliciari, coordenador de projetos da Bureau Pri, empresa responsável pelo gerenciamento da obra.

A demora inicial, no entanto, segundo informou o engenheiro ao G1 , não deve atrasar o cronograma de instalação. “Provavelmente nós vamos trabalhar sábado e domingo, porque não podemos trabalhar durante a noite. As perfurações foram feitas muito próximas aos prédios”, declarou. A equipe que vai trabalhar na obra será escolhida após a definição do tipo de perfuração que será adotada.

A localização dos poços também está sendo reavaliada, segundo o engenheiro. É possível que dez deles fiquem do lado externo da grade que margeia o condomínio na Avenida Zaki Narchi, próximo do local previsto inicialmente, bem ao lado dos prédios. O material começou a chegar nesta quinta.

Cada tubo terá entre 60 e 80 centímetros. Na ponta de cada um deles, haverá uma válvula de medição. Além da instalação dos drenos, também serão criadas duas redes que interligarão, cada uma, dez deles a um exaustor. Os dois exaustores que serão responsáveis pela retirada do gás ficarão instalados em um contêiner, que será posicionado na região.

Buraco foi cavado na terça-feira próximo da Avenida Zaki Narchi (Foto: Letícia Macedo / G1)

  Gás metano

O gás metano concentrado no subsolo do condomínio é resultado da decomposição de matéria orgânica, parte dela presente do lixão do Carandiru que funcionava em uma área próxima. Esse material foi utilizado no processo de aterramento para a construção do Cingapura. Caso haja vazamento do gás, há o risco de explosão. A Cetesb faz medições diárias no local para observar se dentro dos apartamentos existe a presença de metano. De acordo com a Prefeitura, o gás está, até o momento, apenas no subsolo.

O Ministério Público solicitou à Justiça a interdição do condomínio, de 35 prédios, onde moram mais de 2700 pessoas. Na sexta-feira (7), o juiz Valentino Aparecido de Andrade, da 10ª Vara de Fazenda Pública, aceitou o pedido feito pelo Ministério Público para a remoção dos moradores. A Prefeitura recorreu. Na segunda-feira (11), uma audiência de conciliação que reuniu representantes do Ministério Público, da Cetesb e da Prefeitura definiu que os moradores poderiam continuar em seus apartamentos enquanto fossem instalados os drenos. Na nova sentença, o juiz, que levou em conta "novas medições da Cetesb que não indicaram mais a presença de gás metano em qualquer área confinada do conjunto habitacional", disse que o próprio MP fez uma revisão de sua solicitação.          

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