Astro das artes marciais, Jackie Chan mostra lado emotivo em ''Karate Kid''

Astro das artes marciais, Jackie Chan mostra lado emotivo em ''Karate Kid''

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:15

A julgar pelo histórico de Jackie Chan no cinema dos EUA – que inclui títulos rentáveis como “Hora do Rush” e “Bater ou Correr ” -, seu lado cômico pareceria pouco adequado à seriedade do Sr. Han, o Sr. Miyagi (Pat Morita) da vez na nova versão de “Karate Kid”. Mas a boa notícia é que, no filme que chega às telas do Brasil nesta sexta (27), Chan aproveitou a chance de se superar como o mestre oriental: além de lutar excepcionalmente bem, Mr. Han consegue emocionar em seus momentos dramáticos e fazer uma boa dupla com o aprendiz Dre (Jaden Smith).

O papel no filme poderia levar Chan a sonhar com uma indicação ao Oscar, a exemplo do que aconteceu com Pat Morita no “Karate Kid” de 1984 (na categoria ator coadjuvante). Entretanto, o ator nascido em Hong Kong garante não ter prêmios em seus planos. “Já recebo bastante reconhecimento. Quando as pessoas me dizem: ‘Jackie, você é bom!’, fico satisfeito”, disse em coletiva recente à imprensa internacional concedida em Cancún, no México. Em boa parte, este reconhecimento vem de uma carreira extensa no mercado cinematográfico asiático, onde trabalha como ator desde os anos 1960, dirige e é tido como grande astro. Ainda assim, quis ampliar o público nos EUA, atuando em comédias de ação que exigiam mais habilidades físicas do que em diálogos – algo conveniente ao inglês de sotaque carregado. “Sou um astro na Ásia, mas meus filmes não chegam na América”, disse.

Com "Karate Kid", o astro mostra um lado mais sério nas telas, no papel emotivo de um especialista em kung fu que procura preservar as raízes pacíficas da arte marcial ensinando o jovem Dre Parker, norte-americano, a se defender de adolescentes chineses que usam a luta para brigar.

A seguir, leia trechos da entrevista de Chan em que fala sobre seu novo papel e faz comparações com a forma de fazer cinema em Hong Kong e nos EUA, sem poupar brincadeiras e críticas aos dois lados.

UOL CINEMA - Como foi exercitar o drama no papel do Mr. Han?

JACKIE CHAN - Foi muito difícil para mim por causa da língua. Tinha que pensar no inglês primeiro. Eu treinava e, no set, às vezes mudávamos. Eu tive que entender antes de fazer, o que é um processo mais difícil do que lutar. E aí o diretor diz: “Corta! Podemos fazer de um outro ângulo agora?”. E você pensa: “Ah!” (risos). Se eu me dirigisse, como nas cenas de choro dos meus filmes de Hong Kong, usaria mais câmeras, para ser mais rápido. Você atua uma vez e acabou. Mas durante as cenas de ação, ele [o diretor] me ouvia.

UOL CINEMA -Você se vê indicado ao Oscar, como foi Pat Morita?

JACKIE CHAN - Não. Tenho feito filmes por mais de quarenta anos, não estou à procura de um prêmio. O mais importante é que o espectador goste. Já recebo bastante reconhecimento. Quando as pessoas me dizem: “Jackie, você é bom!”, fico satisfeito. Se houvesse um Oscar ou um Globo de Ouro, isto seria um bônus, mas está muito distante de mim.

UOL CINEMA -Seu personagem, Mr. Han, ensina Dre (Jaden Smith) a tirar e colocar a jaqueta, para aprender o kung fu. Como escolheram este método?

JACKIE CHAN - Na verdade, havia mais do que isso. Um dos métodos [do filme] era o da porta, disse a Jaden que deveria abri-la e fecha-la. Quando faço meus filmes é diferente, você consegue mudar as coisas com mais facilidade. Nos EUA, nas filmagens, se você diz: “Quero mudar estes óculos de lugar”, eles ficam desesperados (risos). Nós [em Hong Kong] não temos um roteiro. [No set] Eu sento lá, olho ao redor, e vou decidindo.

UOL CINEMA -Você é bem sucedido em seu país como ator e diretor. Qual o seu interesse em fazer filmes americanos? Gosta de perder o controle às vezes?

JACKIE CHAN - Às vezes, os filmes norte-americanos são o lugar certo. Sou um astro na Ásia, mas meus filmes não chegam na América. São coisas diferentes. “Hora do Rush”, por exemplo, foi bem nas bilheterias dos EUA. Na Ásia, não faz muito sucesso, eles não gostam muito. Por outro lado, na Ásia eles gostam dos filmes [dirigidos por] do Jackie Chan, mas nos EUA, não. Na Ásia, as pessoas não entendiam as piadas do Chris Tucker [ator de ''Hora do Rush''].

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