O Bom Dia São Paulo mostra a partir desta quarta-feira (10) a série especial de reportagens "Flutuador Represas", que vai mostrar a situação das represas Billings e Guarapiranga, que ainda sofrem com loteamentos clandestinos e invasões. Elas fornecem água para a região metropolitana garantindo a sobrevivência de mais de 20% da população da Grande São Paulo.
Esses dois enormes reservatórios deveriam estar cercados pela Mata Atlântica. Ambientalistas, entretanto, afirmam que a Billings, por exemplo, tem hoje menos da metade da mata original. "Nos últimos dez anos houve uma perda estimada de 7% [da mata]", diz o geógrafo Vinícius Damásio, da ONG SOS Mata Atlântica.
No entorno dos reservatórios, onde ficam os rios e os riachos que alimentam as represas, vivem 2,5 milhões de pessoas. É como se uma cidade do tamanho de Curitiba tivesse se mudado para cá
"A falta de planejamento ao longo dos anos e a omissão do poder público, muitas vezes, e a especulação imobiliária pressionaram muito essa região para que ela ficasse com o adensamento populacional que ela tem", diz Damásio.
A região sofre com loteamentos clandestinos e invasões. Famílias inteiras vivem perto da água, mas longe dos sistemas de saneamento.
Em abril de 2009, o Bom Dia São Paulo mostrou a situação do Jardim Capela, com a sujeira das casas correndo direto para dentro do córrego. Mais de um ano depois, pouca coisa mudou.
Das 12 cidades em torno da Billings e da Guarapiranga, nenhuma coleta e trata todo o esgoto que produz. A remoção de famílias que moram em volta das represas faz parte do Programa Mananciais, uma parceria entre governos muncipais, estadual e federal para recuperar áreas ocupadas pela população. As casas darão lugar a um parque.
Enquanto aguardam as novas moradias, as famílias desalojadas recebem auxílio para o aluguel. O dinheiro oferecido cerca de R$ 5 mil é considerado insuficiente pelos moradores. Com isso, muitos acabam voltando para o mesmo lugar. A Prefeitura de São Paulo afirma que monitora a região e que está conseguindo evitar novas invasões.
A coordenadora da ONG Observatório da Guarapiranga, Ana Silvia Puppim, afirma que a recuperação dos mananciais só dará certo quando houver um envolvimento coletivo. "É fundamental a participação popular nessa ação conjunta porque, à medida que a população sabe que vai acontecer, entende como recurso está aplicado, ela se convence da necessidade daquilo", diz.
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