Bombeiros cortam fitas vermelhas para amarrar em veículos que passam pela Alerj (Foto: Lilian Quaino / G1)
Bombeiros acampados na frente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), iniciam na manhã desta quarta-feira (8), os preparativos para mais um dia de manifestações nas escadarias do prédio. A reivindicação agra, além de ser por melhorias salariais, é também pela libertação dos 439 bombeiros presos pela invasão do Quartel-General.
Bombeiros, parentes e moradores do Rio que apóiam a causa cortam 20 metros de tecido vermelho em fitas, com o objetivo de amarrar nos espelhos dos carros e ônibus que passam pela Alerj.
Com uma cozinha improvisada numa barraca, o café da manhã é servido aos manifestantes, com biscoitos, pães, queijo e café. Os alimentos, segundo os bombeiros, são doações de parentes e colaboradores voluntários.
O cabo Fabiano Silva, do 2° Grupamento Marítimo, disse estar confiante nas atitudes do novo comandante-geral da corporação, Sérgio Simões, que, segundo ele, se mostrou solícito no propósito de sensibilizar as autoridades do governo do estado e do judiciário para libertar os colegas presos.
"Queremos, além da soltura dos presos, a anistia, para que não sejam punidos, o que poderia resultar até na perda do cargo", explicou.
Os bombeiros esperam receber, às 16h, quatro ônibus com colegas vindos de Santa Catarina. Eles também aguardam a presença de professores para apoiar a manifestação desta quarta-feira.
Comandante pede para bombeiros refazerem proposta
Após mais de quatro horas de reunião com sete representantes dos bombeiros, o comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, afirmou, na noite desta terça-feira (7), que a proposta salarial apresentada pelos militares precisa ser reformulada . Segundo ele, o piso está acima do que o governo estadual pode pagar.
Ainda de acordo com o coronel Sérgio Simões, no pedido apresentado pelos bombeiros, o salário de coronel ultrapassaria o teto pago pelo estado, que é o do governador. O comandante pediu aos representantes dos bombeiros que refizessem a proposta e voltassem a apresentá-la na próxima quinta-feira (9).
O coronel Simões disse que a prisão dos 439 bombeiros foi outra questão discutida com os representantes. O comandante informou que o grupo apresentou uma lei federal, que já anistiou presos de outros estados em situação semelhante a dos militares do Rio. No entanto, Simões argumentou que tem dúvidas da eficácia legal da lei e ressaltou que não cabe a corporação decidir pela liberação dos presos.
Por volta das 20h50 de terça, centenas de bombeiros continuavam ocupando as escadarias da Alerj em protesto contra a prisão dos 439 colegas de farda presos.
Pedido de liberdade provisória
No início da noite de terça, a Defensoria Pública do estado do Rio de Janeiro entrou com pedido de relaxamento de prisão e liberdade provisória para os 439 bombeiros presos . Segundo a assessoria de comunicação da Defensoria, o pedido foi entregue à Auditoria Militar.
"O pedido de relaxamento de prisão foi feito porque, até o momento, a Defensoria não recebeu o Auto de Prisão em Flagrante dos militares, o que tornaria a prisão ilegal. Para os Defensores, a demora na comunicação não se justifica nem mesmo com o número elevado de detidos", explicou, em nota, a Defensoria Pública.
Já no pedido de Liberdade Provisória, ainda segundo a assessoria da Defensoria, "é afirmada a desnecessidade da prisão dos Bombeiros, uma vez que num Estado Democrático de Direito a regra é que o réu responda ao processo em liberdade, só podendo ser preso após a condenação transitada em julgado".
"Além disso, a prisão provisória é uma medida excepcional, não podendo ser aplicada como forma de punição antecipada", diz a nota, acrescentando que os defensores públicos "entendem que os bombeiros exercem atividade lícita e estável como servidores públicos".
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