Mariana Caltabiano não esconde a empolgação com as possibilidades de uma produção brasileira em 3D. Diretora de Brasil Animado, primeira animação nacional a usar a tecnologia no cinema, Mariana defende que estamos prontos, em termos de produção, para realizar um longa-metragem animado tridimensional.
Estamos prontos. Acho que já é hora do Brasil entrar mais nessa área, afirma a diretora em entrevista por telefone ao Cineclick. Para contrapor o otimismo da diretora, este repórter colocou um problema: como resolver a dicotomia entre estarmos prontos a rodar em 3D quando são raríssimas as animações brasileiras que conseguem chegar às salas de cinema e a rica produção de curtas-metragens continua restrita a festivais?
Acho que é questão de tempo. Isso sempre foi visto como algo caro e complicado, mas a tecnologia ajudou. Por exemplo, o fato de não precisarmos pintar mais o desenho à mão, justifica. Para Mariana, os desenhos animados produzidos no Brasil e exibidos nos canais a cabo demonstram um crescimento de mercado ainda que no cinema não ocorra o mesmo.
Brasil Animado começou como um projeto de animação tradicional, em 2D. Quem propôs o formato tridimensional foi uma das coprodutoras. O Cadu [Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da Globo Filmes] que apontou a possibilidade do 3D. Depois, veio o Marcelo Siqueira, da Teleimage, que mostrou umas imagens e percebi que era um absurdo.
Visibilidade
Uma das consequências que Mariana Caltabiano espera provocar com seu longa-metragem é abrir as portas para mais animações nas salas de cinema. O fato do meu filme ser em 3D já abriu algumas possibilidades. Por exemplo, você estaria falando comigo se Brasil Animado não fosse em 3D?, questiona.
Na sua estrutura, o filme foi pensado para sobreviver após sua passagem pelas salas de cinema. Uma das razões para o roteiro ser fragmentado é que essa animação vai virar série para televisão.
A diretora retoma o otimismo e espera que Brasil Animado sirva como cartão de visitas para quebrar a resistência de investidores com animações. Talvez o filme abra caminho para outros.
Mariana esteja certa e animadores como Cesar Cabral (Tempestade, Dossiê Rê Bordosa), Victor-Hugo Borges (Historietas Assombradas), Fábio Yamaji (O Divino, De Repente), Márcio Ramos (Vida Maria), Ale Mchaddo (A Lasanha Assassina), Alê Camargo e Camila Carrossine (Os Anjos do Meio da Praça) e muitos outros tenham a chance de fazer com que seus filmes cheguem ao público.
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