Busca por restos mortais de desaparecidos na ditadura é retomada

A equipe formada pelo Ministério Público Federal, peritos do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal e profissionais e consultores da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República retomará na tarde desta segunda-feira (21) os trabalhos de busca por restos mortais de desaparecidos políticos, no cemitério de Vila Formosa, na Zona Leste de São Paulo.

De acordo com comunicado divulgado pelo Ministério Público Federal, pela Procuradoria da República no Estado de São Paulo e pela Procuradoria Regional da República da 3ª região, o principal objetivo do trabalho é encontrar o provável local de sepultamento do militante político Virgílio Gomes da Silva, conhecido como Jonas, morto pela ditadura militar em 1969.     Entre 29 de novembro e 3 de dezembro, a equipe realizou prospecções em duas áreas do cemitério de Vila Formosa. O Instituto Médico Legal e o Serviço Funerário do Município de São Paulo também colaboram com as buscas.

Na ocasião, sob um canteiro onde antes havia um letreiro com o nome do cemitério, foi encontrado um ossário clandestino. Centenas de ossadas ensacadas estavam em uma profundidade de mais de 3m.

Na atual quadra 47 do cemitério, provável numeração da antiga quadra 50, foram feitas prospecções para tentar definir a exata localização das sepulturas dos militantes políticos desaparecidos Virgílio Gomes da Silva e Sérgio Correa.

O trabalho de localização foi realizado mediante análise de fotos do cemitério nos anos de 1968 e 1972, pesquisas de solo com radares, revisão de livros de registros de sepultamentos e depoimentos.