Carla Cepollina: Julgamento continua hoje.

Carla Cepollina: Julgamento continua hoje.

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:10

 

O júri da advogada Carla Cepollina, 46, acusada de matar o coronel da reserva da Polícia Militar Ubiratan Guimarães, será retomado ao meio-dia desta terça-feira (6) no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Ubiratan, que comandou a operação de invasão ao Carandiru em 1992 --que resultou na morte de 111 presos e ficou conhecida como "Massacre do Carandiru"--,  foi morto no dia 9 de setembro de 2006 com um tiro no abdome em seu apartamento nos Jardins (zona oeste). Na acusação, o Ministério Público sustenta que Cepollina, que era namorada do coronel à época, atirou por ciúmes.
 
A previsão é que o juiz Bruno Ronchetti de Castro recomece o julgamento com a leitura dos depoimentos dados, em outras fases do processo, por testemunhas que foram convocadas para o júri, mas não compareceram. É o caso, por exemplo, da delegada da Polícia Federal Renata Madi, apontada pelo MP como amante de Ubiratan. Além do depoimento dela, poderão ser lidos hoje os depoimentos das cinco testemunhas convocadas pela defesa --todas faltaram ao júri.
 
Após a leitura das peças do processo, á ré Carla Cepollina será interrogada, e a previsão é que o interrogatório ocorra ainda hoje. Só então o julgamento passará para a fase de debates entre defesa e acusação, que terão uma hora e meia cada para a argumentação.
 
Ontem à noite, após a suspensão do julgamento, Cepollina disse à imprensa que estava confiante pois a acusação não tinha provas contra ela.
 
"Eles não têm nenhuma evidência científica, absolutamente nada contra mim. Eu confio na Justiça", disse. Para a ré, o fato de a promotoria ter tentado um acordo com a defesa para adiar o julgamento indica que não há provas para condená-la. O promotor do caso, João Carlos Calsavara, pediu o adiamento devido à ausência da delegada Renata Madi, cujo depoimento era considerado fundamental para o júri,
 
Cepollina nunca negou que tivesse ido ao apartamento do coronel no dia do crime, mas afirma que deixou o prédio enquanto Ubiratan dormia, embriagado. A primeira testemunha ouvida no julgamento, Odete Adoglio de Campos, vizinha da vítima, afirma ter ouvido um "barulho estridente" na noite do crime, enquanto assistia à TV.
 
A segunda testemunha ouvida, delegado Marco Antonio Olivato, que investigou o caso à época do crime, disse nesta segunda-feira (5) que Cepollina tentou esconder as roupas que usou no dia do crime porque teria entregue outras peças à polícia --de acordo com Olivato, Cepollina lhe entregou roupas escuras quando, ainda segundo ele, câmeras mostram que ela vestia uma blusa branca.
 
Primeiro dia
 
O primeiro dia do julgamento foi marcado pela expulsão de Cepollina da sala júri e pelos "abusos" e "excessos" --nas palavras do juiz-- da advogada e mãe da ré, Liliana Prinzivalli. Após ao menos seis advertências, o magistrado chegou a impedir que a advogada fizesse novas perguntas às testemunhas, mas voltou atrás após Liliana pedir desculpas e solicitar uma nova oportunidade.
 
A confusão que resultou na expulsão de Cepollina começou quando sua mãe e advogada afirmou que o delegado Marco Antonio Olivato havia chantageado a ré. Segundo a advogada de defesa, caso Cepollina não confessasse o crime, sua mãe seria presa. As declarações foram feitas por Liliana durante o depoimento de Olivato, testemunha convocada pela defesa. Quando Olivato negou a chantagem, Cepollina se manifestou e foi retirada da sala.
 
Duas semanas após o crime, Liliana foi autuada por porte irregular de arma. A advogada chegou a ser presa, mas foi liberada após pagar fiança de R$ 800.

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