Em Franca, a 400 km de São Paulo, moradores da Vila Tótoli vêem suas casas rachando. Paredes, tetos, tudo com trincas. As residências foram construídas sobre um lixão, e as pessoas estão assustadas. Duas casas já foram interditadas.
Há nove anos, o aposentado Daniel Duarte Alves espera uma resposta da justiça. Nesse tempo, ele já gastou quase R$ 100 mil em reformas. Fiz quatro reformas. Queria que a justiça definisse logo essa situação, para ter uma definição e tomar um rumo na vida.
Em Ribeirão Preto, há bairros inteiros construídos sobre o lixão. Em 2001, o Ministério Público obrigou a prefeitura a retirar pelo menos cem famílias que moram na área de maior risco, no Jardim Juliana. A remoção foi necessária porque muitas casas começaram a rachar. O aterro foi usado pela prefeitura na década de 70.
Mas o Ministério Público quer mais. Uma ação de 2001 pede a retirada de todas as casas dos dois bairros. São cerca de 600 casas do Jardim Juliana e Palmeiras. Eu tenho medo que caia [a casa], mas não vale a pena reformar. A gente reforma aqui em cima, mas se o problema está embaixo vai voltar, afirma Maria Cleide de Meneses.
O promotor tem laudos que não deixam dúvidas sobre o risco que as pessoas estão correndo. Toda a área pode estar comprometida, então o ideal é que todo o bairro seja desabitado, afirma o promotor Carlos Cézar Barbosa.
A Prefeitura de Franca e a Cohab de Ribeirão Preto afirmaram que aguardam a decisão da justiça sobre a retirada das famílias dessas áreas.
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