Peruca, barba e bigode postiços, celular, carregador, munição e outros objetos deixados pelos suspeitos no Astra (Foto: Marcelo Mora/G1)
A Polícia Civil anunciou nesta quarta-feira (18) que esclareceu o assassinato de um suposto empresário, de 44 anos, ocorrido na noite do dia 10 de maio, em Itapevi, na Grande São Paulo. Os autores do crime, segundo a polícia, são dois chineses, um de 51 anos e outro de 49 anos, de acordo com Albano David Fernandes e Alexandre Polito. Apenas um deles foi preso; o outro está foragido.
Segundo eles, a vítima era uma espécie de "laranja" dos chineses à frente de uma loja que comercializa sistemas de segurança localizada na Rua Santa Ifigênia, conhecido centro comercial de produtos eletroeletrônicos da região central da capital. O motivo para a execução do suposto empresário foi uma dívida de R$ 250 mil.
O mandante seria o proprietário da loja, da qual a vítima seria um testa-de-ferro. Ele está foragido e estão sendo realizadas buscas para tentar localizá-lo. O chinês que está preso é o executor, quem fez os disparos contra a vítima. Segundo o relato dele, a vítima devia R$ 250 mil ao mandante do crime, disse Fernandes.
De acordo com o delegado seccional, ao manter um "laranja" à frente da loja, mesmo estando em situação regular no Brasil, o objetivo era o de sonegar impostos. A família da vítima confirmou que ela era testa-de-ferro do chinês e que pretendia deixar o esquema para abrir um negócio próprio.
Sem roda, Astra foi abandonado na fuga (Foto: Marcelo Mora/G1)
Segundo Alexandre Polito, o objetivo do comerciante chinês era o de dar um susto na vítima para receber o valor da dívida. Para isso, ele contratou o outro compatriota, que se encontra no Brasil desde 1998, mas mal fala português, segundo o delegado. No dia 2 de maio, eles adquiriram um Astra prata com o qual pretendiam surpreender o suposto empresário. No dia 7 de maio, furtaram as placas de um Corsa e instalaram no Astra. Houve todo um planejamento da parte deles. Foi um crime premeditado, disse Polito.
Na noite do dia 10, em uma rua de Itapevi, a dupla de chineses atropelou a vítima, de acordo com as investigações. Em seguida, o chinês contratado para tentar dar um susto na vítima desceu do carro e fez vários disparos contra o empresário. Na fuga, os dois chineses bateram em uma guia e estouraram o pneu dianteiro esquerdo do Astra. Mesmo assim, eles
continuaram a rodar com o veículo até uma estrada que liga a Cotia, onde tiveram de abandoná-lo.
Em seguida, tentaram roubar um veículo. Mas o motorista conseguiu escapar. Apenas na segunda tentativa de roubo é que conseguiram outro carro, mas o chinês contratado para executar o crime foi deixado no local pelo outro suspeito. Ele foi preso na madrugada do dia 11 de maio em um matagal próximo.
A polícia teve dificuldades para interrogá-lo. Ele não fala nada de português. Precisamos entrar em contato com o consulado da China para nos enviar um intérprete. O primeiro intérprete não pôde vir. Depois, enviaram um segundo intérprete. Ele (o preso) é réu confesso e deu todos os detalhes de como tudo aconteceu. Ele disse que deu vários tiros na vítima, mas não lembra quantos, disse Polito.
No Astra abandonado na fuga, a polícia encontrou peruca, barba e bigode postiços, carregador de uma pistola e munição, toucas ninja e um celular. Além disso, havia notas fiscais de uma compra, realizada no dia 17 de dezembro de 2010, de coletes à prova de bala em uma loja de Botucatu, no interior de São Paulo. Por meio delas, a polícia conseguiu obter a identificação do chinês mandante do crime. A arma utilizada no crime não foi localizada.
Ele está com a prisão temporária decretada por um juiz de Itapevi e, ao final do inquérito, deverá ser pedida a prisão preventiva dele. O outro chinês, o mandante, está foragido, disse Fernandes.
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