É como se acontecesse tudo de novo, diz vigia agredido em mercado

É como se acontecesse tudo de novo, diz vigia agredido em mercado

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:16

A polícia realizou na madrugada desta terça-feira (17) a reconstituição da agressão sofrida pelo vigilante Januário Alves de Santana dentro de um supermercado Carrefour, em Osasco, na Grande São Paulo, em 7 agosto de 2009. Santana foi espancado por seguranças, que acharam que ele estava roubando o próprio carro, uma EcoSport prata.

A reconstituição foi feita durante a madrugada com o hipermercado fechado para não assustar os clientes, já que pelo menos uma arma foi usada. A encenação do que teria acontecido durou cerca de duas horas. Para Santana, relembrar tudo foi uma experiência muito dolorosa.

“É como se estivesse acontecendo tudo de novo, fazer todas as cenas, aquela persguição, arma, lutando com o rapaz, tentando sobreviver, tentando se manter vivo... Um carro tem mais valor do que a vida de um ser humano", disse.

A reconstituição foi acompanhada por policiais, representantes do supermercado, da empresa de segurança e também órgãos do governo.

Santana já fez um acordo com o Carrefour e recebeu uma indenização. O valor não foi divulgado. Agora, ele quer que seus agressores sejam punidos na Justiça.

“Se de um lado a empresa reparou, de outro lado, o Estado brasileiro deve uma satisfação porque até agora o inquérito não foi concluído. Nós precisamos que esse inquérito seja concluído, seja encaminhado ao Ministério Público e os responsáveis por essa barbárie sejam processados, julgados e condenados na forma da lei", disse o advogado de Santana, Dojival Vieira. Ato de racismo

No dia 7 de agosto de 2009, o vigilante estava dentro de seu carro no estacionamento do supermercado quando, segundo ele, um homem armado se aproximou. Era um segurança do Carrefour, mas Santana afirma que ele não estava de uniforme e não se identificou. Os dois lutaram e outros seguranças apareceram.

Santana, que havia ficado no carro em razão de sua filha dormir no banco de trás, foi levado em seguida para uma sala e espancado. O segurança dizia que Santana estava roubando o carro. "Pelo amor de Deus, o carro é meu", dizia o vigilante enquanto era agredido. Ele disse que as agressões só pararam com a chegada de um policial militar. Mesmo assim, afirmou que continuou a ser humilhado.

O Carrefour pagou uma indenização ao vigilante, e disse que “foi possível transformar mal-entendidos e falhas em oportunidade de aprendizado e de aprimoramento não só dos processos internos do Carrefour, mas também das relações humanas e sociais. Um movimento não apenas para evitar que incidentes como esse se repitam, mas para promover transformações que permitam, de fato, avançar na consolidação dos princípios fundamentais da empresa, migrando do campo das intenções para a esfera da realidade concreta".

Postado por: Thatiane de Souza

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