Condenado a 10 anos de prisão médico que cobrava por consulta pelo SUS

Condenado a 10 anos de prisão médico que cobrava por consulta pelo SUS

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:15

Denise Motta, iG Minas Gerais

A consulta do médico chegava a R$ 200, Rimmel Heredia poderá recorrer da sentença em liberdade

A Justiça Federal de Uberlândia, cidade a 534 quilômetros de Belo Horizonte, condenou o médico Rimmel Amador Gusman Heredia, 71, a dez anos de prisão por cobrar por consultas em um hospital público do município.

Conforme denúncia do Ministério Público Federal, o médico foi acusado de corrupção passiva, ao cobrar por serviços no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que atende exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde. Ele também foi condenado a pagar multa superior a R$ 60 mil e poderá recorrer da sentença em liberdade.

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A denúncia indica que o médico "teria feito do hospital público federal seu ambiente particular de trabalho, realizando consultas e fazendo exames de pacientes particulares que lhe pagavam diretamente quantias em dinheiro para não terem que esperar meses ou anos na fila". Tudo foi descoberto porque houve denúncia de pacientes. A consulta do médico, segundo denúncias, chegaria a R$ 200.

Durante a investigação, a diretoria do hospital da universidade informou que a função do médico não envolvia a realização de consultas, já que ele era lotado no Setor de Eletrocardiografia e Ecocardigrafia, cabendo-lhe apenas redigir os laudos dos exames realizados no local. O médico também responde ação de improbidade administrativa.

O iG não encontrou ninguém do hospital ou da universidade para comentar o caso e esclarecer se ele ainda mantém atividades profissionais. O iG também não localizou nesta quarta-feira (22) algum dos advogados do médico, para comentar o caso.

Para o juiz da 1ª Vara Federal de Uberlândia, Lincoln Rodrigues de Faria, o médico foi "motivado pelo lucro fácil, visto que não precisava do ilícito para sobreviver, já que percebia remuneração do cargo efetivo cumulada com a do cargo em comissão, possuindo casa própria em bairro nobre desta cidade". E completa: "A sua atitude, enfim, revela o caráter de uma pessoa totalmente descomprometida com o cumprimento de seu juramento profissional e que diante das dificuldades dos menos favorecidos, que tinham filas do SUS a enfrentar, vendia-lhes, e literalmente, a facilidade de um exame rápido. Comportamento extremamente repugnante, nefasto, mesquinho e que está a merecer a sanção correspondente".


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